Uma crise aos 45? O assunto do texto não se refere a idade, mas futebol. Especificamente da Série B do Brasileiro. O Juventude focou tanto nesse número, que rechaçaria a possibilidade de queda, que agora, atingida a meta, não consegue avançar. Foram dois jogos, com atuações ruins e derrotas. Mas a dinâmica do futebol permite que isso seja superado antes de realmente virar uma crise. A chance é hoje, contra o Goiás, às 21h30min, no Estádio Serra Dourada.
— No primeiro turno estávamos brigando para chegar nos 30 pontos. Quando chegamos aos 27, demorou para os 30. Aí conseguimos essa pontuação e paramos por mais umas partidas. Voltamos a ganhar e focamos nos 45. Agora chegamos nessa marca e deu uma parada novamente. Esperamos que nesses próximos jogos as coisas voltem a dar certo, que eu, o João (Paulo, centroavante) e quem estiver no ataque possa fazer gols e as coisas boas voltem a fluir novamente — projeta o centroavante Tiago Marques, que ainda vê o acesso à elite como realidade:
— Estamos a seis pontos (do G-4) e temos nove jogos. Serão todos difíceis e alguns diretos contra o Oeste, América-MG e o Ceará. Acredito que temos totais condições de buscar esse acesso. Só depende de nós. Enquanto houver chances vamos trabalhar e lutar por isso.
O centroavante pode ter um papel importante nesta retomada. Se tem um jogador que representa muito bem a boa fase alviverde é Tiago Marques. O centroavante fez um primeiro turno que empolgou os jaconeros, com 10 gols e destaque na campanha que manteve o time brigando diretamente pelo G-4 e até a liderança. Só que no segundo turno, tanto Benzemarques quanto o Ju caíram de produção. No returno, foram 10 rodadas e a equipe alviverde conquistou apenas 14 pontos de 30 possíveis. Analisando apenas a segunda fase da competição, o Juventude ocuparia a 11ª colocação.
O camisa 9 reflete muito bem essa fase. Mesmo que tenha perdido quase um mês lesionado, marcou apenas um gol. Esse cenário fez o torcedor perder a paciência e protestar de forma veemente após a derrota para o Londrina. As críticas aumentaram e até o tom mudou, como relata o camisa 9:
— O torcedor tem todo direito de vir nos jogos e, se não vencer, protestar. Eles pagam o ingresso, ajudam a pagar o nosso salário e têm direito de criticar. Mas se quiser criticar ou falar alguma coisa é melhor vir nos jogos e fazer esse protesto. Nós jogadores vamos aceitar tranquilamente, porque faz parte do futebol. Eu aceito as críticas, desde que não venham coisas absurdas como recebi em rede social. Algumas pessoas falam algumas coisas e elas precisam ouvir também. Mas criticar, de forma pacífica, nós aceitamos.
Serão dois jogos longe de casa. Hoje, o Goiás. Na sexta-feira, o Guarani. Buscar pontos nos dois confrontos e sair do 45 podem amenizar as críticas e jogar para longe a chance de crise.