Uma emoção que não tem como explicar. Assim resumem os praticantes do Kart, um esporte que pode até parecer brincadeira visto de fora, mas que é muito sério para quem é amante de velocidade e relevante na história das corridas. Do Kart surgiram os grandes nomes das principais categorias do automobilismo mundial. Nos carrinhos, também há um grande números de apaixonados e praticantes do esporte. Na Serra, o sentimento pela velocidade também vive. O Kartódromo de Farroupilha reúne os principais pilotos da região. De todas as idades e com um mesmo pensamento: chegar na frente dos adversários, mas se divertindo fazendo aquilo que mais gostam.
A partir de hoje, um grupo de caxienses ruma para dois grandes eventos de relevância internacional. Julio Pires, Daniel Rotta e Jefferson Abel vão para Balneário Camboriú para o maior Brasileiro de Kart da história, que entra na segunda semana de competições no Beto Carrero Word. Já Luiz Sena Jr. viaja para a Espanha, onde disputará o mundial. Serão os melhores da categoria e as promessas de futuro do automobilismo. O esporte a motor vive na Serra, e os carrinhos emocionam.
Seninha carrega experiência para o Mundial
Aos 33 anos, Luiz Sena Jr., o Seninha, da Associação Desportiva Caxiense (Adesca/Matvsul/ Intelbrás/Segurança Veneto) não se considera na idade certa para estar competindo em um campeonato do nível de um Mundial, como o que vai acontecer em Madri, na Espanha, a partir do próximo dia 23 até o final do mês.Com a experiência de quem já participou de outras três edições do campeonato – Alemanha, Bélgica e Brasil –, Seninha acredita que a falta de renovação no esporte no Brasil é um dos principais motivos por ainda ter conseguido classificação para o principal evento da categoria no mundo.
– Sou um dos pilotos mais velhos do Mundial, talvez o mais. A dificuldade é que não estamos conseguindo fazer uma nova geração do kart no país. Pilotos como eu já estão com a idade avançada para correr nesse nível – avalia Seninha.
Classificado na categoria dos motores de 400 cilindradas, o piloto caxiense encontrará na Espanha um tipo de carro diferente do que está acostumado no Brasil. Nas nove corridas que disputará em solo europeu, Seninha terá que usar dois karts diferentes por bateria, sem fazer ajustes personalizados.
A ideia do piloto caxiense neste ano é chegar entre os 10 primeiros da categoria, o que representaria sua melhor colocação em mundiais.Contra os jovens, o caxiense levará para Madri os mais de 10 anos de pista.
– Vou para demonstrar que mesmo com bastante experiência se consegue trazer bons resultados. O kart não depende tanto do preparo físico, mas da qualidade do piloto – conclui Seninha.
Caxienses querem o Brasileiro
Um campeonato que tenta reavivar o kart no país. Com recorde de participantes – mais de 550 inscritos – e com nomes importantes do automobilismo nacional, o Autódromo Beto Carrero, em Penha (SC), recebe desde o início desta semana o Brasileiro.
Os representantes de Caxias do Sul começam a participação a partir de segunda-feira. Daniel Rotta (Mecânica Rotta/Racing DNA/Mittag Motores/TecnoKart), Julio Pires (CIABE/Mittag Motores) buscam em suas categorias, além das taças, manter vivo o espírito esportivo de quem pratica o automobilismo.
Entre os desafios em corridas com tanta gente, como são as do Brasileiro, está a busca por uma melhor classificação no grid de largada.
– O maior problema é largar atrás dos 10 primeiros. Daí vira corrida de bate-bate. Achar um espaço para passar em uma curva é bem complicado – avalia Daniel Rotta, hoje com 31 anos e desde os 11 nas pistas.
Mais experiente, mas com a motivação de um iniciante, Julio Pires iniciou aos 30 anos no esporte. Hoje, aos 47 e correndo na categoria Super Sênior, Júlio entende que agora está preparado para a possibilidade de conquistar o Brasileiro:
– São 17 anos andando. Agora dá para dizer que estamos prontos para ganhar. Mas para isso tem 'N' variáveis. Sorte também. Mas tem toda uma preparação.Para quem anda com velocidade média de 120 Km/h, tentar descrever o sentimento de andar no kart é algo muito difícil.
– Eu brigo muito com minha mulher sobre isso. Ela pergunta 'qual a graça de andar nesse negócio?' e não tem como explicar. É sentar no carro e sentir a adrenalina. Até então, não descobri coisa melhor que isso no esporte – admite Rotta.
Além dos dois, o também caxiense Jefferson Abel (Tchê Crossfit/Faeli Indústria do PDV/CRF Quiropraxia/Catu Viezzer Nutricionista/Rafaelle Amalcaburio Psicóloga Esportiva/DTR Motorsport) correrá no Beto Carrero, na categoria Sênior A.