Encerrado na noite de sexta-feira o período de estrelato absoluto do nadador Michael Phelps, o Rio de Janeiro torna-se a partir deste fim de semana ribalta para o outro grande astro dos Jogos Olímpicos, o jamaicano Usain Bolt. Entre sábado e domingo, o homem mais rápido do mundo tenta o tricampeonato olímpico na prova mais nobre do atletismo, aquela que o transformou em uma lenda do esporte: os 100m rasos.
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Detentor da melhor marca da história, 9s58 obtidos em 2009, Bolt manda na modalidade há oito anos e chega ao Rio como favorito. Entre as 12h e as 13h do sábado, ele corre pela primeira vez no Estádio Olímpico em busca de uma vaga para a semifinal. Se não houver imprevistos, volta à pista para duas exibições na noite do domingo. A final está marcada para as 22h25min.
– Eu vou dar espetáculo – anunciou.
O jamaicano celebrizou-se por bater os adversários de maneira imperial, sem esforço aparente, mas veio ao Rio atormentado por uma sombra, a lesão muscular sofrida no dia 2 de julho, durante as classificatórias em seu país. Dias antes, havia feito a marca promissora de 9s88, mas depois de se lesionar parou por três semanas – o que gera incertezas sobre o quanto ele pode fazer no Rio. Bolt só conseguiu retornar em 22 de julho, em Londres, onde correu os 200metros, vencendo com 19s89.
A principal ameaça parece ser o norte-americano Justin Gatlin, que detém os dois melhores tempos desta temporada (9s80 e 9s83). Mesmo com esse retrospecto, Gatlin tem muito a temer. Nos Jogos de Londres e nos Mundiais de 2013 e 2015, Bolt também não chegou na melhor forma, mas ganhou todos os títulos. Em 2015, o norte-americano havia superado Bolt ao longo de todo o ano, mas o viu vender as três provas de velocidade. Teve de se contentar com duas pratas.
Caso o jamaicano confirme estar em boas condições e conquiste o terceiro ouro nos 100m, ainda não estará satisfeito. Durante a semana, vai tentar o tricampeonato olímpico também nas outras duas outras provas que disputa (e das quais é igualmente recordista): os 200m rasos e os 4x100m.
Obtida a tríplice coroa, o Rio de Janeiro testemunhará um feito raro. Bolt terá igualado os nove ouros do finlandês Paavo Nurmi e do norte-americano Carl Lewis, atualmente os maiores campeões olímpicos no atletismo.