Nenhum outro assunto foi tão comentado após a derrota do Juventude para o Inter, domingo, no Alfredo Jaconi, do que o pênalti não marcado pelo árbitro Leandro Vuaden no jogo de ida da final do Gauchão. O lance ocorreu aos 16 minutos do segundo tempo, quando o meia Hugo pegou um rebote na área e chutou de pé esquerdo. A bola seguia em direção ao gol, mas bateu no braço direito do zagueiro Ernando.
Dirigentes e o técnico Antônio Carlos Zago reclamaram muito na entrevista coletiva. Tanto que o clube encaminhou para a FGF uma representação contra os critérios contraditórios de Vuaden. O diretor da comissão de arbitragem da Federação, Luiz Fernando Gomes Moreira, contesta os argumentos do Juventude:
– Tem um equívoco nessa história. Não se falou no congresso técnico que qualquer bola no braço seria pênalti. Eu estava na palestra do Leandro Vuaden antes do início do Gauchão e posso garantir que isso não aconteceu. O que foi dito é o que está na regra: em lance não intencional, vale a interpretação dos árbitros.
A direção do Juventude sustenta que Vuaden afirmou na palestra que o critério para esse tipo de lance seria único. No entanto, o árbitro gaúcho interpretou de forma diferente situações de bola no braço dentro da área em suas atuações em 2016.
– Ele viu o lance e interpretou diferente do que ele falou e diferente do que ele interpretou no jogo entre Figueirense e Atlético-MG (dia 7 de fevereiro, no Orlando Scarpelli) pela Primeira Liga. A gente tem a imagem dos dois lances. Foi até menos pênalti do que o do Ernando, se é que existe menos pênalti, porque o jogador (Edcarlos) do Atlético se virou para a bola não bater no braço. Segundo o Vuaden, o critério seria universal e não foi – reclama o vice-presidente de futebol do Ju, Jones Biglia.
Luiz Fernando Gomes Moreira não quis comparar os dois lances e ainda elogiou a atuação de Vuaden no Jaconi:
– Não vou atrás disso, só posso analisar jogos da FGF. Não vou comentar se foi pênalti ou não, foi uma interpretação dele. E foi muito boa a arbitragem do Vuaden.
Na decisão do título, no próximo domingo, no Estádio Beira-Rio, o árbitro será Anderson Daronco. Como o Juventude perdeu por 1 a 0 na ida, só interessa agora uma vitória, mesmo que ela seja por 1 a 0, para levar aos pênaltis. A partir de 2 a 1, a taça fica com o time alviverde.
– Esperamos que o Daronco tenha uma arbitragem boa e que não cometa o mesmo erro do Vuaden. A gente deseja que ninguém seja prejudicado, só isso – pede Jones Biglia.
Polêmica da decisão
Diretor da comissão de arbitragem da FGF contesta argumentação do Juventude sobre pênalti na final
Luiz Fernando Gomes Moreira elogia a interpretação de Leandro Vuaden
Adão Júnior
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