Edson Kaspary sempre gostou de política. Estudou e acompanhou o cenário político nacional mesmo quando exercia a função de lateral-esquerdo do Juventude (de 1992 a 94 e depois de 97 a 99). E foi na segunda passagem pelo clube que ele ingressou de vez na política, mais precisamente em 1999.
A inserção se deu através de um conselheiro e que na época era prefeito de Caxias do Sul: Pepe Vargas (PT). Os dois se tornaram amigos e Edson, também conhecido como Tida, se filiou ao mesmo partido. Mas só viria ocupar um cargo público em 2010, como secretário de planejamento. O passo adiante foi em 2012, quando se tornou prefeito de Vale Real. Cargo, que segundo ele, não é muito diferente do futebol.
– Sabe que é muito parecido, tu lida com o público. Claro que a responsabilidade é imensa de lidar com o dinheiro público. Futebol tu amadurece precocemente. Quem não acompanha, não sabe a pressão que existe. Tu entras em campo e tem que dar satisfação para milhares de torcedores. A política é isso também – afirma.
Mudança de última hora
Edson teve uma carreira curta. Foram 14 anos de profissionalismo na bola. Boa parte no Estádio Alfredo Jaconi, o lugar que lhe deu os títulos. Entre eles, o Gauchão de 1998, que segue vivo na memória.
– É difícil descrever a emoção. Eu lembro que eu corria para tudo que era lado. Acho que dei umas 10 voltas olímpicas no Beira Rio aquele dia – lembra.
Não só a comemoração é lembrada. Edson seria reserva na partida final, mas uma indisposição do titular alterou tudo no dia da decisão:
– Lembro como se fosse hoje. O Flávio me dizia “fica atento que tu vai jogar”. O Maciel tinha comentado com ele que não estava bem. Aí no domingo, chega o doutor Iran e diz “olha, o Maciel está fora do jogo, prepara que tu vai jogar”. Imagina, ali na concentração preparado para ir para o banco e a cinco horas da final sou comunicado que vou sair jogando. Dá um frio na barriga.
Mas a confiança dentro do grupo era tão grande, que nem um desfalque de última hora poderia abalar aquela conquista histórica em Porto Alegre. Agora, 18 anos depois, a confiança também é grande.
– Jogo decisivo envolve uma série de fatores. O Inter vai querer fazer gol, sabendo que o resultado negativo dá uma carga em cima dos atletas. Entretanto, o Ju está de sangue doce. Como diria um amigo meu, “a derrota nós já temos, mas vai que a gente ganhe” – destaca o prefeito campeão.