Emprestado pelo Juventude ao Criciúma até o fim da atual temporada, o zagueiro e ex-capitão alviverde Rafael Pereira recebeu o Pioneiro no Estádio Heriberto Hülse para falar sobre a realidade que encontrou no futebol catarinense e também sobre o passado no Alfredo Jaconi. Com contrato com o Juventude até 2 de janeiro de 2015, Pereira ainda não sabe onde irá atuar na próxima temporada.
Pioneiro: O que os clubes de SC estão acertando que os nossos estão errando?
Rafael Pereira: Em ter planejamento. O planejamento aqui no Criciúma é muito bom, em tudo que envolve o clube. No meu ponto de vista, foi fator fundamental para o clube vir subindo desde a Série C.
Pioneiro: É diferente aqui a relação do torcedor com o clube? A cidade parece se envolver mais...
Pereira: Uma coisa que me chama atenção é que a torcida do Criciúma, mesmo na fase difícil que a gente está, na lanterna, vem ao estádio em grande número e não vaia. Canta durante os 90 minutos. Se ao fim do jogo o time não alcança o resultado, aí sim, estão no direito deles de vaiar. No Juventude a gente não vê isso. A torcida, com 15 minutos, se o time não está bem, já começa a vaiar. Isso prejudica o time e ajuda o adversário, que sente que pode se aproveitar disso.
Pioneiro: O quanto o atraso salarial prejudicou o Juventude?
Pereira: Prejudicou bastante. Tinha jogadores sendo dispensados de seus apartamentos, não conseguindo pagar suas contas, isso abalou psicologicamente. Tanto que antes da Copa não havia atraso e nós estávamos bem. Não posso dizer que foi por isso que o time não subiu, mas certamente prejudicou.
Pioneiro: Onde nossos clubes estão pecando para não conseguir sair do buraco?
Pereira: Há contratações que não dão certo. Se aposta muito em um atleta e ele tem alguma lesão, ou chega em uma fase ruim. Em 2013 os dois times chegaram no mata-mata, isso mostra que há coisas positivas acontecendo. Precisa um preparo psicológico melhor na "hora H".
Pioneiro: Há algo de positivo acontecendo no Juventude que deva ser mantido?
Pereira: Uma coisa que havia sempre, mas que esse ano se perdeu, acho que por causa da parceria, foi o envolvimento maior da diretoria junto com os atletas no hotel, no ônibus. Até por causa dos salários atrasados, é bom ter um diretor ao lado para passar uma informação, tranquilizar. Esse ano nos sentimos um pouco sozinhos.