Dossiê Ca-Ju: venda da área da Boca do Lobo pode ser solução para problemas financeiros do Pelotas

O grande negócio da história do Pelotas. A definição do presidente Lucio Barreto, 35 anos, dimensiona o que pode representar a venda da atual área do Estádio Boca do Lobo, na região central da cidade. O assunto é tratado com extrema cautela há mais de quatro meses, mas pode ter um desfecho positivo em breve.

Barreto diz que nos últimos anos o Pelotas tem recebido frequentes sondagens a respeito de uma possível negociação da área. Porém, a grande preocupação é que o clube, caso se desfaça do estádio, tenha uma compensação financeira que viabilize os próximos anos da instituição.

- É uma zona nobre da cidade e agora, há três ou quatro meses atrás, recebemos uma sondagem com proposta forte de um grupo aqui do Estado. Estamos cautelosos, precisamos dar vários passos para chegar até a conclusão do negócio. Já levamos isso até a prefeitura e eles aprovaram o plano diretor para a construção. Estamos muito próximos de fazer o melhor negócio da vida do clube - afirma.

O grupo citado é o Zaffari/Bourbon, que afirma não ter envolvimento em "nenhuma negociação de empreendimento da cidade de Pelotas". A Boca do Lobo seria implodida para a construção do empreendimento comercial. Em contrapartida, o Pelotas ganharia uma arena de 20 mil lugares, possivelmente construída junto ao CT do clube, R$ 10 milhões de reais para sanar as dívidas, e teria uma renda vitalícia de R$ 200 mil por mês.

A negociação teria sido aprovada em um primeiro momento pelo Conselho Deliberativo do Pelotas. A expectativa é pela proposta oficial.

- Vai dar uma receita mensal e nos colocará em outro patamar. Hoje, estamos quase que esgotando o que podemos buscar com o empresariado. Claro que isso mexe com o sentimento do torcedor e do conselheiro, mas estamos agindo com toda cautela - destaca Barreto.

Atualmente, o clube fatura cerca de R$ 40 mil mensais por conta do complexo comercial no entorno da Boca do Lobo. O negócio garantiria um valor cinco vezes maior para equilibrar as contas, deixaria o clube zerado e com uma verba importante para investir no futebol.