Dizem que filho de peixe, peixinho é. Rodrigo Carpegiani não chegou a ser o craque que o pai foi nos gramados, ídolo no Inter e na Seleção Brasileira. Lesões nos joelhos interromperam uma futura carreira profissional como meia, primeiro na base do Inter e depois no rival Grêmio, nos anos 90. Aos 38 anos, o filho de Paulo Cezar Carpegiani quer colocar em prática, como técnico do Esportivo, de Bento Gonçalves, os ensinamentos do pai e de uma vivência toda no futebol. E mostrar que o DNA é forte e infalível.
- Tudo o que eu sei vem do meu pai, tudo mesmo. Desde os fundamentos técnicos aos esquemas táticos. Em todos os clubes que passamos, a gente conversava muito, discutia a melhor maneira de jogar e aí eu ia aprendendo - conta Rodrigo, que foi auxiliar técnico de Carpegiani em clubes como São Paulo, Vitória-BA e Ponte Preta.
Em 2003, na primeira experiência como treinador, Rodrigo comandou um timaço que revelou vários talentos hoje consolidados na Europa. Era o RS Futebol, clube fundado pelo pai em Alvorada (RS) em sociedade com o empresário Valdir Silveira, o Foguinho, e que atualmente funciona como CT do Inter. Naquele ano, a equipe ficou em quinto lugar na Série C do Brasileiro e foi eliminada apenas pelo futuro campeão Ituano.
No RS, Rodrigo Carpegiani e Julinho Camargo foram os responsáveis por lançarem jogadores como Thiago Silva, capitão da Seleção Brasileira na Copa do Mundo e do Paris Saint-Germain, o zagueiro Naldo (Wolfsburg-ALE) e o meia Ederson (Lazio-ITA).
- Eu e o Julinho praticamente aprendemos ao mesmo tempo e com o mesmo professor, o meu pai. Taticamente, a gente pensa igual. O que ele vê eu também vejo, e por isso me acho muito parecido com ele nesse aspecto. O que tento pegar do Julinho é a relação dele com os jogadores, porque ele consegue entrar certinho na cabeça deles e fazer com que seus atletas rendam ao máximo - conta Rodrigo Carpegiani.
No Esportivo, a missão é recolocar o clube na elite do futebol gaúcho. Apresentado na quinta-feira, Rodrigo já começou a trabalhar nos bastidores para montar o grupo de jogadores. Ele e o diretor técnico Valdir Espinosa, campeão do mundo com o Grêmio em 1983, estão montando o planejamento de 2015. A ideia é iniciar a pré-temporada na primeira quinzena de janeiro:
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- Temos que montar um time novo. Há uma base da jovem equipe que estava jogando a Copa Serrana, mas precisamos agregar experiência. Já pude observar o meia-atacante Kelvin, que esteve comigo na seleção gaúcha sub-19 no Uruguai, quando vencemos o sub-20 deles por 2 a 1 no Estádio Centenário. É um garoto rápido e técnico, que tem tudo para ter sucesso.