O Juventude está de luto. Foi divulgada nesta sexta-feira, em Curitiba, a morte do técnico Lori Sandri, campeão gaúcho de 1998. Aos 65 anos, ele foi vítima de câncer. No ano passado, foi uma das atrações no jogo comemorativo aos 100 anos do clube, no Estádio Alfredo Jaconi, contra o Nacional, do Uruguai.
Naquele título de 1998, Lori Sandri quebrou com o Juventude um tabu de 59 anos de um título para o Interior gaúcho. Com uma campanha invicta, o Ju de Lori venceu o Inter na final com uma vitória de 3 a 1 no Jaconi e um empate de 0 a 0 no Beira-Rio. Na equipe alviverde, despontavam jogadores como Lauro, Flávio Campos, Humberto, Mabília, Rodrigo Gral e Sandro Sotilli.
Depois, Lori passou por Inter, Criciúma, Coritiba, Goiás, Atlético-MG, Sport e Guarani, entre outros. Foi campeão gaúcho pelo Inter em 2004 e catarinense em 1991 pelo Criciúma. Também trabalhou na seleção dos Emirados Árabes Unidos nas Eliminatórias da Copa de 1998. O último clube foi o Botafogo-SP, em 2012.
Confira alguns depoimentos de dirigentes, ex-atletas e funcionários publicados no site do Juventude:
"Lastimamos muito a perda do nosso treinador, que conquistou um dos nossos grandes títulos, de forma invicta. Desde 1998 ele entrou definitivamente para a história, deixando sua marca aqui no Juventude. Uma pessoa admirável pelas conquistas, mas também pelo dia a dia, de muita dedicação e respeito com o próximo. Perde-se um grande profissional e uma grande pessoa e desejamos muita força e muito conforto para a família. A nação esmeraldina certamente também está sentindo esta perda irreparável."
Raimundo Demore, presidente do Juventude e vice-presidente do clube em 1998.
"Lori comandou nosso time de maneira brilhante, conquistando o Gauchão de 98 de forma invicta. Ele é um dos grandes responsáveis por um de nossos principais momentos da história. É uma grande perda para todos nós. Que a família tenha força para ultrapassar este momento difícil."
Gastão Brito, presidente do Juventude em 1998.
"Eu admiro muito o Lori e como vice de futebol em 98, ele foi minha primeira contratação. Quando liguei para ele, falei sobre um possível acerto e ele disse: não, não... deixa que eu vou aí pra Caxias conhecer vocês, o clube, e aí conversamos melhor'. Era um cara leal e que trabalhou muito pelo Juventude. Nunca o vi alterar o tom de voz com ninguém e ainda assim tinha controle total do grupo de jogadores. Nos intervalos, era capaz de mudar um jogo só na conversa e procurava dar oportunidade a todos. Antes de um grande profissional, perdemos um grande amigo, que dava gosto de conviver."
Milton Scola, vice-presidente de futebol em 1998.
"Infelizmente, perdemos um grande ser humano, um grande homem e um grande treinador. Muito culto, ele tinha um grande poder de unir e liderar o nosso grupo, sempre de forma educada e especial. Isso foi fundamental para ele levar o nosso elenco ao título do Campeonato Gaúcho. Foi nesse momento que começou a nossa caminhada rumo à conquista da Copa do Brasil. Este foi o grande legado que ele deixou para o Juventude. Além de tudo isso, Lori foi muito marcante na minha história e eu lembro bem de um acontecimento ao lado dele. Em um treinamento pela manhã, subi para cabecear uma bola e recebi uma pancada que me cortou o lábio. Sangrando, fiquei de cabeça quente e me exaltei. Depois de uma palavra, deixei o treino a mando do professor. Pela tarde, ele me chamou pra conversar em particular e fez apenas duas perguntas: você acha que o rapaz teve a intenção de te machucar?. Respondi que não e ele perguntou novamente: Então, qual o motivo de agir desta forma?. Agi errado, mas fui advertido com toda a maneira sutil e perfeita que ele tinha de lidar com cada situação. Enfim, perdemos um grande representante dos melhores momentos do Juventude. Uma grande perda, irreparável, e desejo toda a força para a família."
Flávio Campos, atleta do Juventude campeão Gaúcho de 1998.
"O Lori era uma pessoa fantástica, dedicada ao futebol, que nos deixou muitas lições. Gostava que tudo sempre estivesse organizado, em ordem e tivemos uma grande convivência durante a passagem dele pelo Juventude. Ele era muito bom de vestiário e os jogadores o respeitavam muito, tanto é que conseguiu o título do Gauchão daquele ano. Aliás, foi quem montou a base do grupo que em 99 conquistou a Copa do Brasil. Por tudo isso, é uma grande perda para nós que convivemos com ele e para o Juventude."
Edson de Camargo, o Massa, massagista do Juventude há 25 anos.
*Pioneiro