De Djavan a Milton Nascimento, sobram apelidos, mas também futebol para o volante Baiano, do Caxias

A baianice de Fredson Santos dos Santos, o Baiano, reside mais no sotaque do que no jeito de ser. Morador do solo gaúcho há 12 anos, desde que o pai migrou de Feira de Santana para Erechim a trabalho, o camisa 5 do Caxias se considera  um "baiúcho". Foi no Rio Grande do Sul que começou a jogar futebol e onde se tornou profissional pelo Gaúcho, de Passo Fundo. Ao longo da carreira, só vestiu camisas de clubes da Região Sul.

Entre a rotina de treinos no Centenário e as horas de folga no apartamento onde mora sozinho no bairro São Pelegrino, o volante que se afirmou como um dos principais jogadores grenás na temporada vive a melhor fase profissional. Aos 26 anos, joga no clube de maior expressão entre os que já passou e vai para a segunda Série C, primeira como titular.

As coisas também não poderiam estar melhor na vida pessoal. A esposa Graziele, gaúcha que ainda vive em Três Passos, próximo a Erechim, está grávida do primeiro filho do casal. Sem Facebook, matam a saudade por telefone e por chamadas de vídeo pela internet. Recentemente, aprendeu a usar o Whatsapp com o amigo e também volante Karl, companheiro de quarto nas concentrações. E pela rede conseguiu retomar contato com diversos amigos de infância.

É no grupo de jogadores que estão os amigos com quem Baiano compartilha o dia a dia. Evangélico e fã do rapper gospel Juninho Lutero, tem nos colegas que frequentam a mesma igreja, como Julio Madureira, Douglas, Rafael Carioca, Marcelo Carvalho e Léo Korte, os mais próximos. Mas se há união na fé, também há na descontração. O volante é um dos mais queridos pelo grupo e alvo principal das brincadeiras 

- Sou muito brincalhão, me dou bem com todo mundo. No futebol temos que ter essa brincadeira, ajuda. Comigo chega a ser um pouco mais, até pelos apelidos que me dão...Djavan, Milton Nascimento, Seu Jorge, Emília Preta. Mas isso é legal, a gente se diverte muito.

Autor de três gols no Gauchão, o jogador que tem contrato até o final de 2015 se diz feliz no Caxias e não mostra nenhuma vontade de sair:

- Estou num momento muito bom, muito feliz aqui no Caxias. Ter um contrato mais longo, que dá uma estabilidade, é melhor. Dá pra se organizar e trabalhar com mais tranquilidade.

Para a experiência na Serra ficar completa, só falta a Baiano conseguir o acesso com o Caxias para a Série B. Ele acha que o grupo está pronto para dar esse presente ao torcedor:

- O grupo manteve uma boa base do ano passado. Mesmo não tendo subido, nós fizemos um bom campeonato. Esse ano, com a mesma base que ficou e com bons reforços que chegaram, acho que vamos fazer um bom campeonato. Nós sabemos da dificuldade, mas sabemos os atalhos. Estou confiando muito no grupo.