Já havia começado a missa das 18h30min na Catedral de Caxias do Sul quando um mar vermelho tomou conta da rua Sinimbu, em frente à praça Dante Alighieri. Não houve Moisés que o separasse. Na verdade, até houve. Cada vez que passava um veículo, fosse carro, fosse ônibus, a torcida abria caminho para a passagem e fazia uma festa. Eram gritos e buzinadas. Em um dos mastros da praça, um colorado hasteou a bandeira do Internacional, estava tomado o território: Caxias se tornava colorada. Esse pelo menos era o sentimento dos torcedores que lá estavam comemorando.
- Todo mundo fala que a gente é torcedor de time da Capital, por torcer pelo Inter. Mas agora ele tá jogando aqui. E eu vi meu time ser campeão na minha cidade - defendeu Guilherme Julian Costa, 17 anos, caxiense.
Para o publicitário Sóli Limberger, que foi com a esposa Zenilda, e as filhas Victória e Milena celebrar o título no centro da Cidade, o título teve um gosto especial:
- Ganhar do Juventude em Caxias, na terra dele, tem um gosto muito melhor.
A torcida Popular do Inter na cidade também se fez presente. Marcelo Souza, 22 anos, um de seus organizadores, acredita que finalmente a equipe colorada já está mais adaptada a Caxias do Sul, e o torcedor mais acostumado às partidas:
- O Inter, agora, já está se sentindo em casa, aqui no Centenário. O povo daqui começou a pegar o espírito da torcida de Porto Alegre. Os colorados de Caxias ficavam muito parados, não cantavam. Agora aprenderam.
Segundo Gustavo Luiz Rech, outro dos líderes da organizada na cidade, sempre que é possível, um ônibus, com cerca de 20 torcedores, deixa Caxias rumo aos jogos do Inter. Já estiveram em Minas Gerais e São Paulo, por exemplo.
Distância
Se viajar é um quesito para se considerar um bom torcedor, Laudelino Martins acabou de ganhar muitos pontos neste domingo. O paranaense viajou mais de mil quilômetros, desde Foz do Iguaçu, até Caxias, apenas para assistir à partida. Chegou no feriado de 1º de maio para torcer pelo Inter com os irmãos. A família, que é paranaense, só se tornou colorada graças à insistência de seu patriarca, Alênio Martins, fanático aficionado do Internacional.