Há dificuldade até no número de bolas para treinar e os dois ônibus do clube estão penhorados. Partes dos salários e dos direitos de imagem de 2012 estão atrasados. Concentração em hotéis em dias de jogos em casa é coisa do passado. A crise financeira também afetou as categorias de base e a direção tirou o time de juniores do Estadual. Cientes de tudo isso, os jogadores do Caxias vestiram armaduras virtuais no Gauchão, chegaram às semifinais da Taça Piratini e iniciaram o segundo turno de uma maneira que orgulha o comandante: com 3 a 2 de virada sobre o Cerâmica, sábado, no Centenário, na base da raça.
- Esses caras são guerreiros - elogiou o técnico Picoli.
Para entender melhor a situação, é preciso voltar um pouco no tempo. O ex-presidente Osvaldo Voges pegou um clube quebrado em 2007. Eram diversas ações trabalhistas, dívidas e estrutura precária. Muitos desses problemas foram resolvidos, o clube voltou a ter credibilidade no mercado e a estrutura física melhorou. Mas era inevitável que alguns problemas voltariam a aparecer com a saída de Voges, pois agora o clube não teria mais um grande empresário para amenizar a crise.
Sem patrocinador máster e algumas pendências herdadas, a nova direção, capitaneada pelo presidente Nelson Rech Filho e pelo vice de futebol Alceu Fassbinder, assumiu o risco. E o primeiro acordo foi com o técnico Picoli, representante maior do grupo de jogadores. Primeiro, pelo menos os salários de 2013 ficariam em dia. Segundo, nada de reclamações diretas ou públicas.
- Eu prometi que nenhum jogador iria na direção cobrar salários e disse também que não aceitaria nenhum dirigente cobrando resultado no vestiário. Fizemos uma pré-temporada com muitas dificuldades, sem saber muito o que ia acontecer com a transição de direção, mas os jogadores deram o máximo, compraram a ideia - contou o treinador.
Sem verba
Mesmo com todas as dificuldades financeiras, Caxias comemora boa campanha no Gauchão
Técnico Picoli elogiou postura dos jogadores e chamou o time de guerreiro
Adão Júnior
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