Duelo tático de técnicos no clássico serrano entre Juventude e Veranópolis

Lisca e Julinho Camargo são técnicos forjados nas categorias de base. Pelas mãos deles, surgiram diversos jogadores que hoje brilham Brasil afora. Muitos foram formados pelos dois na dupla Gre-Nal, como o atacante Daniel Carvalho, o meia Carlos Eduardo e o volante Lucas Leiva. Hoje, Lisca e Julinho fazem trabalhos consolidados, com alto grau de padrão tático, organização e competência nos profissionais. Amigos de longa data, se enfrentam neste domingo, às 18h30min, pela liderança do Grupo B da Taça Farroupilha. No Jaconi, Juventude e Veranópolis serão os espelhos de seus comandantes.

- Vais ser um grande duelo. Na minha concepção, o Julinho é um dos melhores treinadores do Brasil na parte tática. Trabalhou muito tempo com o Carpegiani e aprendeu demais. O Julinho é o introdutor da marcação por zona no Rio Grande do Sul nos tempos modernos. Muitos técnicos pegaram isso depois, inclusive eu. Tenho uma admiração muito grande pelo trabalho dele - elogia Lisca, 40 anos.

Os dois se conhecem desde a década de 90. Julinho chegou no Inter em 1994, quando Lisca já estava lá. No início, Julinho comandava o sub-12 colorado e Lisca, o sub-14. A vida seguiu e cada um assumiu o time do outro por diversas vezes. As duas mais recentes são em 2005 e 2010. Primeiro, Julinho pegou os juniores do Grêmio após a passagem de Lisca pelo Olímpico. Foi dali que surgiram jogadores como Lucas Leiva (Liverpool) e Carlos Eduardo (Flamengo).

Cinco anos depois, Lisca assumiu o time profissional do Caxias após a saída de Julinho Camargo. Nas mãos deles, Edenilson (Corinthians) e Everton Costa (Coritiba) cresceram.

A admiração é mútua. Julinho Camargo, 42 anos, sabe que os times de Lisca primam pela organização e que os duelos entre eles são sempre difíceis.

- Admiro muito o Magrão. Somos colegas de longa data. Nos seis anos que trabalhamos juntos no Inter, aprendemos muito um com o outro. Sei que vai ser um duelo muito difícil. A equipe dele está em um bom momento, joga em casa e a diferença essencial é que a gente ainda tem a pressão de fugir do rebaixamento - diz Julinho, que se lembra de um dos primeiros confrontos nos profissionais no Gauchão de 2010, na vitória do seu Caxias por 5 a 4 sobre o Porto Alegre de Lisca.

Como um conhece cada detalhe do trabalho do outro, não há como inventar ou manter segredo diante de um velho parceiro. Multicampeões na base, da mesma geração de treinadores e reveladores de talentos, Lisca e Julinho Camargo vão fazer um duelo à parte neste domingo. E sem favorito.