Moacir Bicca da Silva, 64 anos, tem o seu próprio time de futebol em casa. Conta com a experiência de Cleiton, 37, a canhotinha de Júnior, 26, a versatilidade de Oda, 22, a técnica de Gere, 19, e a ousadia de Misael, 8. Uma linhagem que começou na região da Fronteira, conquistou Caxias do Sul e Porto Alegre e, quem sabe no futuro, possa brilhar em Madri, Barcelona ou Milão. Um time de um nome só: Itaqui. Um nome que já fez história no Juventude, no Grêmio e que agora está fazendo no Caxias.
O talento de Jesus Cleiton Pereira da Silva, conhecido como o Itaqui mais velho no futebol e Cleiton entre os familiares, surgiu no Alfredo Jaconi como meia, ganhou projeção no Olímpico como lateral e meia e segue sendo a principal referência do futebol da família. Um dom herdado do pai Moacir, que mostrava habilidade na várzea e no quartel nos anos de 1960.
A família de Itaqui
- Nunca fui profissional, mas jogava bola. Quando saí do Exército, fiz um concurso público para motorista de veículos pesados. Tinha um casal de filhos e me envolvi a trabalhar, trabalhar e trabalhar. Mas sempre incentivei os meninos a jogar - conta o patriarca da família.
Com Moacir Júnior, hoje professor de educação física, a carreira foi curta. Não por falta de talento. Chegou até os juniores do Grêmio e desistiu. E se antes a família era toda alviverde ou tricolor, agora começa a ser grená. Antes de contratar Odacir, irmão de Cleiton e Júnior, o Caxias já tinha em seu quadro de juniores o volante destro Gerethes, sobrinho dos três, e que vai disputar a final do Estadual Sub-20 em dois Ca-Jus.
No outro Ca-Ju, o da Série C do Brasileiro, domingo, no Jaconi, a torcida da família será por Itaqui 3, o Oda para seu Moacir, a mãe Eva Regina, 58, e os sobrinhos que moram em Caxias do Sul: Gabrielle, 13, Thalyta, 12, Misael, oito (filho de Cleiton e o futuro da dinastia) e Micaele, cinco.
- O pai foi o nosso grande incentivador. Tirou dinheiro de onde não tinha, nos levou para fazer testes. É o cara que começou tudo isso - emociona-se o volante, meia e lateral-esquerdo, que antes do Caxias brilhou na base do Grêmio.
Confira a matéria na íntegra na edição impressa do jornal Pioneiro desta sexta-feira.