É meio anticlímax dizer isso assim de supetão, mas é a vida. Estamos diante de um Gre-Nal sem craques. Menos ainda: sem um jogador diferenciado, que flane acima dos outros.
No Grêmio, o mais perto deste patamar, ainda assim com boa vontade, é Douglas. Mas ele está suspenso. Então, nada feito. No Inter, quem sabe D'Alessandro. Tem grife, tem estrela em clássico, mas se fosse um craque insuspeito não estaria tão distante da seleção argentina.
Portanto, o Gre-Nal deste domingo será uma grande e melancólica planície de talentos. O que merece uma reflexão.
Inter e Grêmio a cada dia aumentam o número de sócios, incrementam estratégias de marketing, vendem mais produtos de suas marcas e modernizam seus estádios. Têm muito mais dinheiro, mas montam times que não passam de medianos. Há bons jogadores: Borges, Mário Fernandes, Kléber, Sandro.
Mas aquele que arranca suspiro da torcida quando toca na bola, este é artigo em falta.
Em um passado não tão distante, os Gre-Nais tinham Nilmar, Anderson. Ou Sobis e Carlos Eduardo, em nível um tanto mais abaixo. Pato nem teve tempo de disputar um clássico. Mas bateu na trave.
Sendo assim, o que andam fazendo nossos dirigentes que, com mais dinheiro para contratar e investir nas categorias de base, não conseguem nos entregar um Gre-Nal com um craquezinho sequer?
Ronaldinho, este mesmo ameaçado de não ir à Copa, duas vezes eleito o melhor do mundo, nasceu de fato e de direito para o futebol num Gre-Nal. Foi no dia 20 de junho de 1999, decisão de Campeonato Gaúcho como a deste domingo. O Grêmio venceu por 1 a 0, no Olímpico. Gol dele, claro, aos 19 anos. Aquele Gre-Nal entrou para a história como o Gre-Nal do Ronaldinho.
E neste domingo: há alguém com talento para produzir algo ao menos parecido? Teremos um Gre-Nal do Walter ou um Gre-Nal do Jonas?
É duro um domingo de Gre-Nal sem craque.
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Gre-Nal sem craque: algo está errado
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