Diferentemente do que ocorreu ano passado, a safra de 2024 do figo sofre com o clima instável. Em Nova Petrópolis, principal cidade produtora da Serra, a quebra deve ser de 5% a 10%, conforme estimativa de especialistas do escritório municipal da Emater. Ou seja, se em 2023 a safra foi de 456 toneladas, neste ano deve chegar a cerca de 410 toneladas. São cerca de 60 produtores no município. Apesar da chuva ter prejudicado na quantidade, ainda há esperança sobre a qualidade do fruto, que começa a ser colhido neste período.
Como explicam os extensionistas rurais da Emater, Luciano Ilha e Pedro João de Deus, o principal motivo para a quebra são as chuvas da primavera, em que algumas áreas de cultivo ficaram alagadas e até submersas, especialmente na cheia do Vale do Caí. Novamente, para o figo ter a quantidade esperada de açúcar, os produtores torcem pelo sol.
— A qualidade da fruta, doçura, vai depender muito de ter um bom período de sol nos dias que antecedem a colheita — explica João de Deus.
No município, dependendo da variedade, a colheita pode se estender até o mês de abril. Algumas das variedades produzidas são o figo pingo de mel e o negrito, que já iniciaram o período de colheita, e o roxo de valinhos, que é o mais procurado pela indústria.
Clima impacta produção
A instabilidade do clima é sentida por produtores de Nova Petrópolis. Valmir e Gabriela Kich, produtores na FrutiKich, já perderam 30% da produção nesta safra. A família cultiva principalmente a variedade roxo de valinhos, com a colheita tendo começado ainda em dezembro.
— (Por) Questão do clima e de doenças no figo, acabamos perdendo bastante coisa — relata Gabriela.
Valmir relata ainda que o figo deste ano está um pouco inferior ao das últimas safras em questão de qualidade, especialmente por conta das chuvas. As frutas produzidas pela família geralmente são vendidas a mercados e à indústria, para produção da chimia e doce de figo.
Distribuição tímida
O reflexo do início de safra pode ser sentido em fruteiras e mercados de Caxias do Sul. Na Ceasa Serra, o coordenador Alceu Thomé explica que ainda chegam poucos frutos. Mas este movimento é esperado, ainda mais que muito da produção é voltado para indústria.
— Tem aparecido alguma coisa, um pouco dos precoces ali do Vale do Caí, onde tem um microclima mais quente — conta Thomé.
A Ceasa deve receber uma quantidade maior entre fevereiro e março, como é tradicional. Porém, pela quebra, o preço médio usado para venda do produtor deve aumentar. No ano passado, o valor estava de R$ 2,05 (kg) para o figo maduro, R$ 5,50 (kg) para o figo verde, e de R$ 5 a R$ 10 (kg) para o figo in natura.
Nas fruteiras, os clientes precisam correr para comprar o produto. Em um estabelecimento na área central, os proprietários relatam que ainda chega pouco, pelo início da safra. Já outra, também no Centro, ainda não recebeu a fruta neste ano.
— Muito não (recebemos) porque recém começou a safra — disse a proprietária da fruteira, que preferiu não se identificar.
Festa do Figo é em fevereiro
Como maior produtor da Serra, Nova Petrópolis celebra novamente a Festa do Figo, a partir de 3 de fevereiro. É a 49ª edição do evento, que ocorre na Linha Brasil, interior do município. A abertura oficial será às 10h30min, na Sociedade Cultural e Esportiva. Entre as atrações musicais estão a Banda 0800, Cleiton Borges e banda, banda Alma Nova, banda Champion, Bom de Baile e Rosa’s.
Dentro da programação também haverá a apresentação do Grupo de Danças Folclóricas Sonnenschein. Outro destaque da Festa do Figo é a feira de produtos, onde vão ser comercializados itens coloniais preparados com a fruta: cucas, geleias e doces.
Confira a programação:
Sábado – 3 de fevereiro
- 8h – Caminhada 49° Festa do Figo
- 10h30min – Abertura Oficial
- 12h – Almoço típico
- 14h – Premiação dos Expositores
- 15h – Grupo de danças folclóricas Sonnenschein
- 16h – Banda 0800
Domingo – 4 de fevereiro
- 10h – Celebração ecumênica
- 11h – almoço típico
- 14h – Cleiton Borges e Banda
- 15h30min – Banda Champion
- 16h30min – Banda Bom de Baile
- 18h30min – Banda Rosas