Reunidos em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul, trabalhadores rejeitaram a proposta de aumento salarial, indicada pela entidade patronal, de 4,24%. A assembleia bloqueou por cerca de duas horas a Rua Bento Gonçalves, no Centro. De acordo com o sindicato, mais de 600 pessoas assinaram a lista de presença.
A reivindicação é de que o aumento seja de 10%. Na última terça-feira (20), na segunda rodada de negociações para definir o reajuste, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul, Assis Melo, entregou a pauta de reivindicações para o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul e Região (Simecs), Ubiratã Rezler. A reunião durou cerca de 40 minutos e a proposta foi rejeitada ainda na mesa de negociação.
Nesta segunda-feira (26), o sindicato confirma que estará nas empresas e irá iniciar negociações individuais.
— Começa uma nova caminhada na tentativa de abrir a negociação empresa por empresa. Embora a gente tenha respeito pela entidade patronal, não estamos tendo êxito e vamos negociar individualmente. As empresas têm condições de dar o aumento de 10%, mas estão com uma postura política e não econômica, esse é o impasse — afirmou Assis Melo.
A data-base do período para negociações é em junho, o que significa que a inflação acumulada dos últimos 12 meses, a contar desse mês, costuma ser uma referência para as tratativas. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que serve de base, só foi divulgado até o mês de abril. Mas, para se ter uma ideia, nos últimos 12 meses divulgados, o acumulado foi de 3,83%. Uma nova assembleia geral dos metalúrgicos está marcada para o dia 7 de julho, novamente em frente à entidade.
O Simecs se manifestou em nota e disse estar à disposição para o diálogo. Confira na íntegra a nota divulgada pela entidade patronal:
O Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul e Região (Simecs), considerando a decisão dos trabalhadores de não aceitarem a proposta patronal, em que pese a referida proposta contemplar a reposição da inflação ocorrida desde a última data-base, garantindo, ainda, ganho real nos salários, e de estar alinhada com as várias Convenções Coletivas de Trabalho já firmadas no Estado do Rio Grande do Sul, reitera que está à disposição para o diálogo e sensível à realidade social enfrentada no país. Seguimos na expectativa de que haja uma nova reunião de negociação, buscando uma composição coletiva que reflita, de forma serena, a realidade e a possibilidade de concessão das empresas do segmento representado pelo Simecs.
