No Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado nesta segunda-feira (5), o ex-ministro do Meio Ambiente Joaquim Leite levou para a Câmara de Indústria e Comércio (CIC), em Caxias do Sul, um debate sobre o mercado de carbono. Na conversa, realizada na reunião-almoço da entidade, Leite destacou a potência do Brasil em insumos ambientais e a necessidade do desenvolvimento de uma economia verde para o crescimento do setor privado e de todo o país.
Na relação da potência ambiental brasileira, o ex-ministro falou sobre a riqueza das florestas, biodiversidade, água, ecossistemas marinhos e capacidade que o país tem para a geração de energia solar. Para o crescimento industrial, pontuou sobre a necessidade de as empresas adotarem medidas sustentáveis que caminhem em prol de todo o meio ambiente.
— O Brasil é uma potência ambiental, é uma potência com características nacionais e econômicas e o setor privado tem muito a aproveitar disso, nós só temos que trabalhar na direção correta. É preciso ter um executivo nas empresas que entende de meio ambiente, uma pessoa que entenda o que fazer para que a empresa seja positiva para aquele produto e para o meio ambiente. Um executivo que olhe para o sistema como um todo e traga o meio ambiente como tema positivo para uma economia verde — mencionou o ex-ministro.
Com relação à emissão de carbono, tema central do debate, Leite pontuou sobre a importância de o assunto estar sendo falado e pensado pela sociedade como um todo. O ex-ministro mencionou ainda que existem negócios que não têm capacidade de reduzir a emissão e que, atualmente, não existem tecnologias voltadas para essas medidas, mas que há formas de compensar isso viabilizando projetos sustentáveis. Do contrário, conforme mencionou Leite, a continuação da produção sem medidas alternativas pode gerar consequências negativas como a escassez de energia que pode contribuir com uma "inflação verde", que seria um aumento elevado no preço de materiais voltados para a criação de tecnologias renováveis.
Leite destacou também que o trabalho sustentável está conectado a um sistema inteiro, onde existem compromissos internos que devem ser estabelecidos nas corporações para a redução de emissão do carbono, regras com metodologias e planejamento, além de definições governamentais com relação às obrigações de todos para com o meio ambiente.
Pensando ainda na relação meio ambiente e indústria, o ex-ministro falou sobre a importância da reciclagem, que pode contribuir com um fortalecimento em relações comerciais, mostrando para outros países que o Brasil está preocupado com a natureza e buscando soluções para a preservação. Além disso, pontuou sobre o desafio que o Brasil ainda enfrenta para o tratamento de esgoto.
Por fim, destacou sobre a oportunidade que o Brasil tem de liderar uma transição para a economia sustentável, se tornando referência na criação de um mercado de carbono com práticas sustentáveis. Para o ex-ministro, o país tem potencial suficiente para gerar uma economia verde e se tornar o grande beneficiário desta iniciativa.