A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o mês de novembro com alta de 0,41%, ante um avanço de 0,59% registrado em outubro, informou, na manhã desta sexta-feira, 9, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a economista da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul, Maria Carolina Gullo, o maior município da Serra segue com um índice maior que o do Estado e do país, o que deve seguir nos próximos meses.
O resultado ficou no piso do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que previam um avanço desde 0,41% a 0,65%, com mediana positiva de 0,54%.
A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 5,13%, de acordo com o IBGE. O resultado acumulado em 12 meses foi de 5,9% até novembro, ante taxa de 6,47% até outubro e abaixo das projeções dos analistas, que iam de 5,94% a 6,40%, com mediana de 6,04%.
Para Maria Carolina, Caxias está com a economia bastante aquecida, o que faz com que o índice fique maior.
— Tem alguns motivos para acreditar que a inflação pode demorar um pouco para baixar de novo, porque a gente ainda está esperando, por exemplo, a decisão do próximo governo em relação se vai ou não aumentar os combustíveis. A segunda questão é quais são as efetivas ações de política econômica que o novo governo vai fazer, que vai implementar em termos de aumento do próprio teto. A própria PEC do estouro já é algo que pode acabar injetando mais dinheiro na economia e levando à inflação — explica a economista.
A especialista ainda complementa que, para 2023, o índice deve ficar entre quatro e seis, justamente pela questão da troca de governo, além também da influência com o comércio exterior, tendo em vista que Europa e Estados Unidos também estão com inflação alta.
— Se os preços lá fora continuarem caros, dificilmente a gente consegue diminuir muito a nossa inflação aqui, porque nós temos comércio exterior com eles, então a gente vai acabar comprando mais caro também. O cenário da inflação hoje não é assim, totalmente amigável, digamos assim — afirma Maria Carolina.
Em termos práticos, ela aponta que o consumidor terá impacto no poder aquisitivo, com o salário deteriorado. Já as indústrias vão acabar notando um aumento no preço de matérias-primas, precisando avaliar, dependendo do setor e da competitividade, o repasse do aumento ao cliente.