Principal região turística do Estado, a Serra se tornou um chamariz para investimentos gigantes. Especialmente Canela e Gramado, nas Hortênsias, ganharam empreendimentos que despertam a atenção pela estrutura e pelos valores aplicados. Tranquilamente, a região se transformou em um destino de milhões. E não estamos falando apenas de dinheiro, mas também em número de visitantes.
O segundo maior destino turístico do país recebe anualmente 9 milhões de pessoas. E se for pela constância de atrações que têm sido inauguradas, esse número só tende a crescer. Ao circular pelas cidades, percebe-se a presença de diversos canteiros de obras. Além dos novos empreendimentos, há os já existentes os que se propõem a crescer ou a buscar novos nichos de mercado. É um cenário efervescente, que fixam fortes pilares de sustentação para os municípios.
Em Gramado, a cadeia produtiva do turismo representa 86% da arrecadação. Nessa condição, é imperioso fazer com que a cidade jamais deixe de ser atrativa. Tanto que é comum ouvir dos próprios empreendedores que o calendário de eventos da região é uma alavanca para o turismo, a ponto de os municípios terem apenas dois meses de baixa temporada no ano todo.
Crescimento
Passado o período mais grave da pandemia, é como se a região tivesse ganhado novas oportunidades. São investimentos que nasceram diante do desafio imposto pela covid-19 à economia ou que tiveram de ficar parados pelas perspectivas difíceis. Agora o entendimento é de que é preciso oferecer mais experiências para os visitantes. Megainvestimentos foram abertos ou lançados recentemente.
– Esses megaempreendimentos demonstram que o mercado está vendo a nossa região como bastante promissora e, ao mesmo tempo, vai motivar que tenha mais circulação de turistas aqui na região – avalia o presidente do Conselho de Turismo (Contur) da Região das Hortênsias, Daniel Hillebrand.
Para ele, a tendência é que o impacto do turismo na economia local continue a crescer. Enquanto Gramado e Canela já estão mais consolidados como destinos, a avaliação de Hillebrand é de que os outros municípios que compõem a região – Picada Café, Nova Petrópolis e São Francisco de Paula – venham a ganhar mais relevância neste setor.
Esses megaempreendimentos demonstram que o mercado está vendo a nossa região como bastante promissora
DANIEL HILLEBRAND
Presidente do Conselho de Turismo da Região das Hortênsias
Essa expectativa vem na esteira dos megainvestimentos, capazes de atrair novos turistas e trazer de volta outros que já conhecem a região. Mesmo que ainda tenha espaço para crescer, as Hortênsias certamente já são um grande sucesso. A região ostenta o título de terceiro destino mais visitado da América Latina, depois de Machu Picchu, no Peru, e do Rio de Janeiro, no Sudeste do Brasil. É uma condição importante, que a coloca como exemplo para o Estado:
– Por muito tempo, o turismo foi visto como supérfluo, como não essencial, como secundário. E a região da Serra gaúcha, especificamente a Região das Hortênsias, amadureceu este processo de entender e elencar o turismo muito tempo antes das outras regiões e nada mais normal e justo que tenham hoje este protagonismo – avalia o secretário do Turismo do Rio Grande do Sul, Raphael Ayub.
Desafios
Embora seja o pilar da economia e fortemente aplaudido, o turismo também traz desafios. Um deles é a mobilidade, aponta o presidente do Contur. Dentro das próprias cidades, a circulação de carros, por exemplo, tende a ser mais lenta. A ligação entre os municípios também deve precisar de investimentos.
O secretário de Turismo gaúcho diz que o Rio Grande do Sul está atento a essas condições e tem aportado recursos para investimentos, como com o programa Avançar no Turismo. Por meio dele, a Serra gaúcha recebeu R$ 43,5 milhões, destinados a pavimentações de acessos turísticos, praças, pórticos e ciclovias, por exemplo.
– Justamente no sentido de buscar a qualificação desta infraestrutura básica, para que seja possível o setor privado empreender e atingir a finalidade na geração de emprego, renda e desenvolver a comunidade de um modo geral – explica Ayub.
Outro aspecto que precisa ser trabalhado conjuntamente pelos setores públicos e privado na região das Hortênsias é a escassez de mão de obra. Os empresários apontam que faltam profissionais em diferentes áreas, desde a construção civil até para atendimento e interação com o público. Nesse sentido, eles têm se preocupado em oferecer treinamentos e oficinas. O Estado também se diz comprometido com o assunto, com programas de qualificação para novos negócios e atuação em conjunto com o Sebrae de uma maneira geral.
A capacidade turística em números
- 32 mil é o número de visitantes que podem ficar hospedados ao mesmo tempo na Região das Hortênsias (Gramado, Canela, Nova Petrópolis, São Francisco de Paula e Picada Café);
- 44 mil é o número de pessoas que podem ser atendidas ao mesmo tempo em empreendimentos de gastronomia nos cinco municípios;
- 55 mil é o número de turistas que podem ser recebidos ao mesmo tempo contabilizando-se todos os atrativos turísticos das cidades.
Fonte: Sindicato da Hotelaria, Restaurantes, Bares, Parques, Museus e Similares da Região das Hortênsias (Sindtur Serra Gaúcha).
Turma da Mônica cria um mundo encantado
Aos seis anos, Manoela Moschen parou em frente a uma banca de jornal onde avistou um Almanacão da Turma da Mônica. Na capa, estava a Mônica vestida de princesa e o Cebolinha, de príncipe. Junto aos personagens, um castelo de estilo germânico. A menina pediu o presente à mãe, que, não tendo como pagar, ofereceu uma revistinha da turma no tamanho comum. Manoela conta que ficou agradecida, mas frustrada em não ganhar o que pediu.
Essa foi a história que serviu de inspiração para a criação de um espaço que homenageia Gramado na Vila da Mônica, empreendimento recém-inaugurado no município das Hortênsias, com investimento de R$ 75 milhões. Manoela, CEO da Vila da Mônica, tem dificuldade em definir qual é a área preferida dela no local, mas reconhece que o castelo, onde é possível se maquiar e se vestir de princesa, é um deles. Aliás, a dificuldade da empresária em escolher uma preferência é comum. O parque mistura toda a magia dos personagens da Turma com espetáculos e atrações interativas.
– É maravilhoso. Muito legal – resume a professora Renata Abiib, que aproveitou a inauguração da Vila para voltar a Gramado com o esposo Luciano Bertacco, 40, e a filha Rafaela Bertacco, 6, na semana passada.
Tu poder proporcionar tempo de qualidade para a família é importante
MANOELA MOSCHEN
CEO da Vila da Mônica
Enquanto brincava com a família na Casa da Mônica, Bertacco contou: o trio estava ali mais pela esposa do que pela filha. A professora é fã da Turma da Mônica e não quis esperar muito para sair de Pelotas para conhecer o parque. É uma atração para a família toda, como confirma uma família de São Francisco do Sul, Norte catarinense, que veio para o Estado gaúcho aproveitar as atrações do parque:
– Viemos procurar diversão infantil. Aqui é muito legal. Dá para passar o dia todo – comenta a fisioterapeuta Carina Negrão Dias, 42 anos, que também estava na Vila na semana passada, acompanhada do esposo Christiano Ricardo Dias, 34, e do filho Ricardo Negrão Dias, 4.
Manoela Moschen conta que a própria ideia do parque passou pela percepção de que havia a carência por um atrativo fechado para a família na região. Ela, que se descreve como apaixonada pelo setor, conta que em 2018 foi a Orlando, onde fica a Disney, nos Estados Unidos, para buscar fornecedores em feiras. Lá, encontrou a equipe do Mauricio de Sousa, criador da Turma da Mônica. Assim, nasceu a ideia do tema do parque.
Média de público
No ano seguinte, foi lançada a pedra fundamental e, no início de 2020, as obras, logo paralisadas pela pandemia. É a partir de março de 2021 que a construção voltou a ganhar força, até que a inauguração ocorresse neste mês. São 11 mil metros de área construída, um investimento que deve se pagar em cinco anos. Na primeira semana de atuação, a média de público foi de 560 pessoas por dia, um número que deve triplicar nas próximas semanas com o Natal Luz.
– A gente pretende induzir a vinda do público família. É legal, porque temos visto os pais se envolverem, brincarem. Tu poder proporcionar tempo de qualidade para a família é importante. A gente vem de uma pandemia em que percebemos o quanto isso é importante – aponta Manoela.
O empreendimento gera 140 empregos diretos e conta com certificações de sustentabilidade ambiental. Os cuidados com o meio ambiente para a construção do parque fazem parte do entendimento da CEO de que é preciso trabalhar pelo desenvolvimento local, não apenas pelo crescimento dos negócios. A empresária explica ainda a escolha por empreender em Gramado.
– Gramado tem um contexto turístico único. O entretenimento vem para ser o fomentador disso tudo – salienta, ao explicar que o setor é muito bem servido em termos de hospedagem e gastronomia, por exemplo.
O turismo em Gramado
- 1.081 é o número de empreendimentos turísticos em Gramado, levando-se em conta atrativos variados, hotelaria e gastronomia;
- 86% da arrecadação do município está ligada à cadeia produtiva do turismo.
Vem aí um hotel totalmente dedicado ao chocolate
Gramado, hoje reconhecida como a Capital Nacional do Chocolate Artesanal, foi a terra escolhida pelo casal Daniela Gallassini e Daniel Rodolfo da Silva para aportar os investimentos. Em 2013, eles compraram um hotel na cidade. Depois, decidiram ampliá-lo. Mas, em meio à pandemia, em 2020, perceberam que atrativos temáticos estavam ganhando público e, por isso, decidiram modificar o projeto. Foi a partir daí que outro sonho de criança está a caminho de ser realizado em Gramado.
Daniela, aos sete anos, expressou à família o desejo de ter um castelo de chocolate. Foi essa ideia que embasou o novo projeto: o Chocoland. A empresária deve ter o sonho materializado até meados do ano que vem, para quando está prevista a conclusão da primeira etapa do Chocoland Hotel, um prédio totalmente novo. A área também vai compreender atrações de parque. Ou seja, é um projeto que envolve tanto a hospedagem quanto o entretenimento.
O investimento nesta fase está previsto para R$ 55 milhões. Serão 76 apartamentos, em seis categorias, com 25 a 26 metros quadrados. O empreendimento remeterá ao chocolate permanentemente, com plantação de cacauzeiro em estufa, inclusive. Haverá uma área em que será possível visualizar e visitar a produção de chocolate.
– A partir do momento que optamos pelo Chocoland, a gente assumiu um compromisso muito maior. Cria uma expectativa muito maior no nosso hóspede. Então, desde o cuidado do tipo de tijolo a ser usado, os tipos de tinta, tons, texturas, materiais, tudo isso foi pensado – detalha o coordenador-geral do Chocoland, Heitor Rodolfo da Silva.
A gente quer inspirar as pessoas a não desistirem dos sonhos delas
HEITOR RODOLFO DA SILVA
Coordenador-geral do Chocoland
Os cuidados são gerais. Paredes não podem ser ásperas, porque a textura do chocolate é normalmente lisa. O hotel não terá nada pintado em branco, porque até mesmo o chocolate desta cor tem um tom creme.
Artistas locais
– Os móveis são todos feitos sob medida, de forma artesanal, em Gramado mesmo. Estamos privilegiando muito os artistas daqui da região – explica Daniel.
O hotel contará ainda com área molhada, onde haverá uma piscina de borda infinita, uma piscina infantil e seis jacuzzis. Parte dos apartamentos também tem banheira na varanda.
Uma segunda etapa da obra, prevista para ser concluída no final do ano que vem, vai custar outros R$ 5 milhões, aumentando para 114 o número de apartamentos disponíveis. Nesse caso, trata-se da reforma da área do hotel que já existia.
Embora ainda esteja não em funcionamento, o hotel já movimenta a cidade. Os empreendedores já estão contratando equipes para trabalhar no local. O número de funcionários chegará a 60 diretos inicialmente, a partir de dezembro, porque todos vão receber treinamento especial para garantir a magia que girará em torno do tema do chocolate.
– A gente quer inspirar as pessoas a não desistirem dos sonhos delas. Não é simplesmente uma hospedagem ou um parque. A gente quer mexer com os sentimentos, quer mexer com as pessoas _ afirma o coordenador-geral do Chocoland.
Mundo a Vapor dobra de tamanho e ganha roda gigante
Nem só de novos empreendimentos vive a Região das Hortênsias. Os atrativos tradicionais, que inspiraram o crescimento do turismo nas cidades, mantêm seu espaço ao mesmo tempo em que buscam a renovação. É o caso do Mundo a Vapor. O empreendimento, fundado em Canela há 31 anos e que chama a atenção pela fachada com uma locomotiva pendurada, ganhará investimento de R$ 50 milhões. O valor será usado na ampliação do prédio onde hoje é contada a história de como o vapor influenciou o desenvolvimento mundial. E na instalação de uma roda gigante no local.
Até agora, a entrada para a compra da roda de 52,7 metros de altura e do terreno onde ela será instalada custaram R$ 15 milhões. A previsão é de que outros R$ 35 milhões sejam aplicados para garantir a renovação do parque, que deve ficar ponto em outubro do ano que vem. A equipe, além de estar mobilizada para garantir as obras, trabalha na criação de uma experiência que envolva o visitante desde a visita ao parque até a passagem pela roda gigante, que será tematizada e terá 30 cabines.
– O parque é pioneiro. Quando surgiu o mundo a vapor, só existia a cascata (do Caracol) e o Mini Mundo, em Gramado. Em Canela, é o primeiro parque que trouxe a temática. E hoje, o que a gente mais vê é que as atrações são temáticas. Estão vindo muito forte esses parques com temática, que é o que a Disney faz – diz a diretora de marketing do Mundo a Vapor, Caren Urbani.
Experiência imersiva
As intervenções no parque vão permitir uma experiência imersiva, enquanto atualmente ela é mais contemplativa. Por exemplo: na parte da história em que se conta como a produção de papel foi impactada pelo uso do vapor, o visitante entrará na fábrica de papel e terá uma experiência com diferentes sentidos.
A Serra gaúcha é a bola da vez
LENISE URBANI
Diretora executiva do Mundo a Vapor
O projeto de renovação do parque surgiu em 2020. No ano seguinte, foi fechada a parceria com a Interpark para a instalação da roda e comprado o terreno que permitirá a preservação de araucárias no local. Após décadas de funcionamento, o Mundo a Vapor tem uma profunda ligação da história da família com a região. Além da vontade de investir no local, a chegada de novos investimentos trouxe a percepção de que outros públicos visitarão a cidade.
– A Serra gaúcha é a bola da vez. Na verdade, nosso intuito sempre foi investir aqui. E estamos sentindo que o movimento está grande, estão vindo várias empresas de fora, muita coisa surgindo e a gente precisava que o Mundo a Vapor se reinventasse. Então, com a roda gigante a gente não para no tempo. Trazemos um pouco de modernidade – justifica a diretora executiva do Mundo a Vapor, Lenise Urbani.
A área construída do parque irá ganhar mais 1,5 mil metros quadrados, ou seja, vai dobrar de tamanho. O que também vai duplicar é o número de funcionários, chegando a 130. A expectativa é de que o tempo de permanência do visitante no parque também fique duas vezes maior, proporcionado pelos novos atrativos que incluem também área kids e restaurante.
Imponente espetáculo de Natal
Um fotógrafo que pela primeira vez na vida vai passar o Natal distante da família é provocado pela mãe a aproveitar o momento para realizar o sonho de infância: fotografar o Papai Noel. É o despertar para que ele saia pelo mundo, conhecendo as histórias de Natal. Em resumo simples, essa é a história que será contada a partir desta sexta-feira no Mega Domo, em Canela.
Quem assistir a este espetáculo terá a experiência de entrar numa estrutura completamente inflável, mantida por ventiladores que jogam ar a até 100km/h. A estrutura principal tem 60m de diâmetro e 30m de altura – equivalente a um prédio de 10 andares. Ao todo, são 5.000m².
São 2 mil cadeiras instaladas para quem quiser assistir ao espetáculo, que terá projeções nas "paredes". A área ainda terá estruturas menores onde ficarão lojas e opções gastronômicas. A estrutura, em fase de finalização, surgiu aos olhos dos moradores e turistas com uma meganovidade. A instalação levou seis dias. O processo de inflar, no entanto, foi em 40 minutos, na noite de 9 de outubro. O investimento chega a R$ 20 milhões, com expectativa de que o retorno ocorra ainda nesta temporada, que seguirá até 8 de janeiro de 2023.
Conhecer a história do Mega Domo faz lembrar uma espécie de circo moderno. Não quando se fala do espetáculo, mas em termos de estrutura. É que ele pode ser desmontado e levado para outros lugares. É certo que estará em Canela para temporadas em 2022, 2023 e 2024, porque o terreno já foi locado para esses períodos. Entre uma data e outra, pode ir a outras cidades. A decisão pelo município da Região das Hortênsias para a estreia foi resultado de um estudo. Outras duas cidades foram avaliadas: a vizinha Gramado e Campos do Jordão, em São Paulo. No entanto, a avaliação foi de alinhamento maior com Canela.
Aspecto local
Isso ocorre a partir de diferentes análises. Uma delas é a ideia de trabalhar com o trem no espetáculo e, como esse meio de transporte tem uma ligação genuína com a cidade, a percepção foi de que este é um aspecto importante. Outro fator foi o ambiente receptivo por parte de outros empreendedores e também do poder público _ aliás, a perspectiva é de que, com o Mega Domo, o município gere R$ 3 milhões em receita. São também 600 empregos diretos.
O Mega Domo vem com o objetivo de ser uma atração central que provoque as outras atrações ao redor
VALÉRIA CHALEGRE
Diretora da Histórias Incríveis Entretenimento
A diretora da Histórias Incríveis Entretenimento, Valéria Chalegre, assinala que um ecossistema saudável, em que o visitante é atraído para diferentes experiências, é o que torna a região um grande ponto de atração. Ela destaca que municípios de toda a Serra têm se articulado para manter o turista na região, garantindo diferentes atrações.
– O Mega Domo vem com o objetivo de ser uma atração central que provoque as outras atrações ao redor e, para nós, é importante que tudo isso se desenvolva. Que haja hotéis, que haja guias turísticos capacitados, que tenha rotas turísticas que incluem o Mega Domo, mas que também fazem outras atrações. E isso significa desenvolver o turismo da região. A gente não consegue sozinho. É uma coisa que tem de ser feita em conjunto e bem coordenada por agentes públicos e privados – argumenta a sócia do projeto do Mega Domo.
Como contribuição para o desenvolvimento do turismo, o projeto vai oferecer também oficinas de roteiro, direção, produção, cenografia e produção musical. A ideia é contribuir para a geração de mão de obra qualificada diante de um cenário de crescente demanda.
O turismo em Canela
- 414 é o número de empreendimentos turísticos instalados em Canela, considerando-se os de hospedagem, restaurantes, agências de viagens, parques e museus;
- 70% do orçamento de Canela está relacionado a atividades de turismo.
Aporte financeiro amplia opções para aventuras nos cânions
A sequência de empreendimentos de grande porte na Região das Hortênsias faz com que os holofotes se direcionem com frequência para lá. Mas nem só nesta divisão da Serra se encontram investimentos milionários em turismo. Nos Parques Nacionais dos Aparados da Serra e da Serra Geral, em Cambará do Sul, onde ficam os cânions Itaimbezinho e Fortaleza, a concessionária vai investir R$ 24 milhões para proporcionar o turismo de aventura no ano que vem.
Concedidos à iniciativa privada em 2021, os parques passaram a ser administrados pela Urbia Cânions Verdes há um ano. A empresa adiantou para esta reportagem quais atrativos de aventura serão implantados nos cânions no ano que vem.
No Itaimbezinho, está previsto um balanço infinito que permitirá ao visitante se lançar de forma segura, um pêndulo em que é possível dar um salto do cânion e o Sky Bike, que sustentará usuários por meio de cabos de aço enquanto ela pedala de uma borda a outra, além de arvorismo, que, por uma trilha suspensa, se poderá chegar mais próximo à copa das araucárias. Essa atração terá acessibilidade para pessoas com deficiência. A Urbia ainda aguarda liberação do o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para as intervenções.
Vai atrair um público que hoje não vê o parque como um espaço de aventura
SAMUEL LLOYD
Diretor comercial da Urbia Cânions Verdes
Para o Cânion Fortaleza, as obras já foram autorizadas. Elas envolvem a instalação de uma tirolesa que poderá ser feita por duas pessoas juntas – a tirolesa será, inclusive, um atrativo alternativo para dias nublados em que a visibilidade dos cânions fica prejudicada – e um balanço infinito, semelhante ao Itaimbezinho.
– Acreditamos em um aumento de público, porque vai atrair um público que hoje não vê o parque como um espaço de aventura. Será um ambiente regulado, seguro, que muita gente passará a ter acesso – detalha o diretor comercial da Urbia Cânions Verdes, Samuel Lloyd.
A estimativa é de que as novas atrações ampliem em 20% o número de visitantes dos parques. No primeiro ano de operação da Urbia, foram 100 mil visitantes.