De janeiro a junho de 2022, a economia de Caxias do Sul acumula um crescimento de 5,2% . O comércio foi o setor que mais avançou (9,3%), seguido pelos serviços (5,4%) e a indústria (3,8%). Os dados foram divulgados nesta terça-feira pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) e pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL).
O levantamento também apontou que na comparação com maio, o crescimento da economia foi de 1%. Em relação a junho de 2021, foi de 5,3% e, no acumulado de 12 meses, de 4,5%. Todos esses índices positivos alimentam uma boa expectativa para a economia caxiense daqui para a frente. Astor Schmitt, diretor de Planejamento, Economia e Estatística da CIC, projeta que o crescimento econômico da cidade fique em torno de 5% no fechamento deste ano.
— A economia vem persistentemente navegando em mar tranquilo, com números positivos desde o ano passado. O emprego também vem crescendo aceleradamente — comenta.
Entre os desafios daqui para a frente, Schmitt aponta uma possível recessão em países desenvolvidos, que também sofrem com o aumento da inflação, e taxas de juros em crescimento tanto no Brasil quanto no Exterior. O diretor pontua ainda questões logísticas e a falta de mão de obra em Caxias como possíveis dificuldades para a continuidade do crescimento econômico.
Por outro lado, assinala como pontos positivos a aceleração da recuperação do setor de serviços, as boas perspectivas para o agronegócio e a previsão de investimentos em energia e infraestrutura pública. Adiciona ainda que ocorre um movimento de substituição de importações pela produção nacional, um movimento desencadeado pela pandemia devido à insegurança quanto ao fornecimento de itens importados. Schmitt salienta que as economias emergentes, inclusive o Brasil, estão se desenvolvendo em ritmo mais acerelado que as ricas. Por isso, entende que há sinais de uma mudança no eixo econômico mundial, o que tende a beneficiar a região.
— Apesar dos desafios, que são muitos, a gente tem convicção de que as oportunidades são maiores — diz o diretor de Planejamento, Economia e Estatística da CIC.
Destaque para o comércio
O índice acumulado no primeiro semestre tem o comércio com o maior crescimento, de 9,3%. Isso mesmo que em junho na comparação com maio tenha ocorrido um encolhimento de 1,4%. Representantes do setor sugerem que esse dado negativo está relacionado ao bom desempenho do quinto mês do ano, que abrange o Dia das Mães. No acumulado de 12 meses, junho marcou o primeiro mês, ao menos desde junho de 2021, que o indicador não aparece no negativo.
— A gente está celebrando bastante essa contínua recuperação do comércio — afirma Cléber Figueiredo, coordenador de Inovação e Tecnologia da CDL.
Serviços em franca recuperação
Na comparação entre junho de 2022 e o mesmo mês do ano anterior, o setor de serviços cresceu 13,3%. Esse indicador é importante porque tira a sazonalidade da comparação. Os especialistas apontam que o segmento de eventos tem tido um desempenho particularmente relevante, com a retomada das programações após o período mais crítico da pandemia.
Indústria mantém consistência
Em 12 meses, a indústria acumula alta de 8,4%. Esse número mostra a constância do setor conhecido como motor da economia caxiense. A análise da diretoria de Economia da CIC é que é natural que ocorra uma suavização no ritmo de crescimento da indústria após registro de um crescimento alto em 2021.
Inadimplência
No Termômetro do Varejo, boletim da CDL, um dos dados que aparece é o aumento de 0,16% em comparação com maio de 2022 e de 1,57% em relação a junho de 2021 no número de inadimplentes. Cléber Figueiredo, coordenador de Inovação e Tecnologia da CDL, diz que existem uma tendência de continuidade no crescimento da base de devedores. No entanto, destaca que o valor em débito de cada consumidor se reduziu. Isso significa que mais consumidores estão com dívidas, mas que elas são menores.