Uma visita do governador Eduardo Leite ao Ministério da Agricultura, em Brasília, na manhã desta terça-feira (8) pode trazer impactos positivos também aos agricultores da Serra que sofrem com as consequências da estiagem. A previsão é de que as tratativas com o Ministério da Economia sejam finalizadas brevemente e, nos próximos dias, as linhas de crédito emergenciais para auxiliar os pequenos produtores sejam liberadas.
No Estado, já são 401 municípios que decretaram situação de emergência pela falta de chuva. Destes, quase 50 são da região Nordeste do RS, a qual compreende cidades da Serra. Caxias do Sul, o maior município serrano, decretou situação de emergência no dia 7 de janeiro, estimando, à época, perdas econômicas no valor de R$ 131,2 milhões e quase 69 mil toneladas de diferentes culturas e produção leiteira.
— Infelizmente, no Rio Grande do Sul, o nosso cenário é da pior estiagem, talvez, dos últimos 70 anos. Já nos faz perder 60% a 70% da nossa safra de milho, o que vai acarretar dificuldades para ração animal, na cadeia da proteína. No curtíssimo prazo, buscamos aqui em Brasília, no Ministério da Agricultura, o apoio necessário para reduzirmos o impacto do ponto de vista financeiro para os produtores que financiaram as suas safras e terão dificuldades para arcar com seus compromissos — justificou Leite.
Na segunda-feira, o governo do RS também anunciou que o processo dos convênios para a construção de cerca de 6 mil açudes, com investimento de R$ 66 milhões, deve ser finalizado em 10 dias.
Caxias do Sul foi um dos municípios que se cadastrou para o recebimento de 10 microaçudes. Em entrevista ao Pioneiro, no fim de janeiro, o secretário municipal da Agricultura, Rudimar Menegotto, afirmou que o quantitativo de açudes poderia representar pouco pelo tamanho de Caxias, mas que, mesmo assim, a solução era bem-vinda. Ele também detalhou que era necessário esperar a confirmação do governo estadual para, somente após, definir quais locais e quais agricultores receberiam as escavações.
Ainda nesta semana, como proposta para amenizar a estiagem, o Estado anunciou que auxiliará o pagamento do combustível para o transporte de água aos municípios, cujo repasse pode chegar a até R$ 20 milhões. Já a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural diz que estudará a criação de um auxílio emergencial para as famílias mais necessitadas, que têm o sustento vindo do campo. Não foi informado, contudo, quando e como será o repasse.