O consumo local para um mundo global. Esse foi o tema do 3º Simpósio Estadual do Varejo, que ocorreu nessa quinta-feira (18), em Caxias do Sul, que recebeu centenas de empresários varejistas e público em geral, após um hiato devido as restrições para eventos por conta da pandemia. Por mais de cinco horas, os palestrantes compartilharam experiências e transmitiram conhecimentos a respeito de como vencer os desafios impostos pelo atual cenário. Além é claro, de sugestões de caminhos que podem ser seguidos dentro do comércio online e físico para que se mantenham em destaque em seus segmentos.
O chamado feito pelo Sindilojas Caxias do Sul, promotor do evento foi atendido. Mais de 200 pessoas, na grande maioria varejistas estiveram presentes no Simpósio. De acordo com a entidade, lojistas de vários segmentos de Caxias do Sul, São Marcos, Bento Gonçalves e Porto Alegre compuseram o público.
A presidente do Sindilojas Caxias, Idalice Manchini, demostrou satisfação com a realização do evento e com a participação dos lojistas que puderam aprender com os palestrantes.
— Estamos contentes, pois conseguimos trazer os lojistas para que aprendessem o novo, porque a pandemia nos fez nos reinventarmos e isso está acontecendo com as palestras. Em suas falas, todos eles trouxeram esse consumo local, valorizar o que é nosso. Os lojistas podem sair hoje daqui e praticar amanhã na sua loja. E também repensar o estilo de venda junto ao consumidor, isso é o que o Simpósio está nos ensinando — ressalta.
Ainda segundo a presidente, está cada vez mais visível que o comércio local e o e-commerce podem conviver aliados e serem utilizados pelos varejistas para que se mantenham no mercado.
— O varejista que acompanhar a tendência não terá problema, pois vamos conviver com os dois modelos o tempo todo. Não tem só a loja física ou e-commerce, os dois estarão juntos. O nosso lojista precisa se atualizar para continuar no mercado, acompanhar a tecnologia para seguir na concorrência — enfatiza.
"É preciso aprender a capturar a atenção das pessoas", diz Kuffel
O primeiro palestrante foi o influenciador digital, escritor e poeta, Caciano Kuffel. Em meio às interaçções com o público, inclusive por meio de mágicas, ele passou dicas importantes de como os varejistas podem ampliar a comunicação e tornar atrativa a exibição dos produtos pelas redes sociais.
— É preciso aprender a capturar a atenção das pessoas, o que hoje é impressionante. Um dos segredos é criar uma identificação com o seu consumidor, torná-lo um fã. E, para isso, é preciso ter um ser humano nas redes sociais pessoais ou da loja que fale, humanize, porque aí, sim, ela irá se identificar e gerar algum tipo de sentimento. Caso isso aconteça, vai ser repassado para mais e mais pessoas e aí você, lojista e empreendedor, estará conseguindo ingressar nesse universo digital se dando muito bem.
"Na era do varejo 4.0 não vivemos uma inovação somente tecnológica", diz Cris
Logo depois, a consultora de imagem Cris Carvalho focou no varejo. Segundo ela, comprar é sedução, vestir traz emoção e sentir o vestir proporciona uma conexão. O varejo 4.0 está dentro desta ideia, que além da inovação tecnológica.
— Na era do varejo 4.0 não vivemos uma inovação somente tecnológica, e sim uma inovação humana. É uma busca da individualidade, respeito pela diversidade e conexão com as nossas próprias vontades.
De maneira dinâmica e direta, trouxe referências do seguimento de moda internacional e caxienses para os participantes. Reiterou a importância do vestuário na construção de uma identidade e o quanto os varejistas podem ajudar o consumidor no momento da compra.
— Se vestir é ir além do produto. É um comportamento humano. O cliente precisa ser instigado a ter uma autonomia criativa de entender o que está usando para construir sua imagem. O consumo reflete a vida, com sentimentos de alegria, afeto e força. É preciso saber mostrar essas ferramentas para os clientes com inteligência técnica e atendimento humanizado — explica.
Por fim, Cris Carvalho apresentou várias dicas de moda, com cortes, cores, formas, texturas e outras, que são tendências para ajudar a si e o vestir dos clientes.
"Nem mesmo a melhor tecnologia irá substituir o olhar do ser humano", diz Grasiela
Em seguida, a advogada, Diretora Executiva da NL informática e CEO e Co-fundadora do CakeERP, Grasiela Tesser trouxe aos participantes a experiência sobre tecnologia e humanização no varejo. Apesar da expansão que foi ainda mais acelerada devido a pandemia e, que seguirá acontecendo, ela diz que o olhar do ser humano não vai ser substituído pela tecnologia.
— O varejo acelerou vertiginosamente em tecnologia nos negócios para se manter no mercado. Houve muita gente utilizando o digital pela primeira vez e estes aprenderam que o consumo pode ser assim. Foram cinco anos em cinco meses. A dica é, se antecipem sempre às transformações, mas entendam, que nem mesmo a melhor tecnologia irá substituir o olhar do ser humano.
De acordo com ela, o ser humano quer ter uma vida facilitada e vê o consumo como uma experiência, sendo em loja física ou virtual.
— A onda da novidade faz parte das marcas que entenderam a transformação digital como uma cultura de experimentação. O futuro do varejo está em reconhecer a essência das pessoas e, por isso, a humanização é o melhor caminho — ensina.
"Na loja física a gente ativa todos nossos sinais", diz Julio
A quarta palestra foi com Julio Soares. O fotógrafo mostrou várias maneiras de como a imagem pode ser utilizada na divulgação dos produtos vendidos na loja junto ao consumidor.
— Na loja física a gente ativa todos nossos sinais. No virtual, sempre será a imagem que irá impactar o consumidor. Eles preferem observar os detalhes de uma boa foto do que ficar lendo as descrições. A falta de uma boa foto pode decidir pela compra —garante.
Soares deu dicas de como fazer uma boa foto, começando por uma boa produção, limpar a lente, linhas de grade, estabilização, luz, exposição, formato e os aplicativos gratuitos de edição que possam ser usados pelos lojistas na divulgação dos produtos.
"O negócio de vocês precisa vender propósito e não apenas produtos", diz Rossi.
A penúltima palestra foi com o criador da Gramado Summit, e um dos empreendedores brasileiros mais reconhecidos no mercado de inovação, Marcus Rossi. Ele chegou com a promessa de desmistificar o empreendedorismo de palco, ao conseguir deixar o público intrigado com sua maneira de abordar os assuntos.
Entre os exemplos, recordou da persistência em levar adiante a ideia da Gramado Summit, mesmo em meio às dificuldades iniciais. Bastante interativo com a plateia, Rossi encerrou sua fala com dois ensinamentos:
— Não sejam os maiores, porque isso não tem como dimensionar. Sejam os melhores no seu ramo. E entendam, o negócio de vocês precisa vender propósito e não apenas produtos. Isso vai marcar o consumidor.
"Acompanhar as mudanças agora, ajudará você a se adaptar as maiores ", diz Lemos.
O 3º Simpósio Estadual do Varejo teve Ricardo Lemos como seu último palestrante. Ele iniciou a palestra dizendo que profissionais vencedores praticam o que aprendem, convidando a refletir sobre os resultados da empresa.
Lemos falou sobre a importância de profissionalizar o Plano B, que pode ser o Whatsapp, por exemplo, alertando sobre o atendimento feito aos clientes por meio dessa plataforma. Outro dado importante é que nove a cada 10 consumidores mudaram seus hábitos de compras.
Segundo ele, embora haja uma separação entre o físico e o digital, a pandemia derrubou a barreira entre o offline e online, então é preciso investir na experiência do cliente
—Acompanhar as mudanças agora, ajudará você a adaptar-se às maiores que virão.