Caxias do Sul é uma cidade exponencial, que agrega valor em tudo que cria, desenvolve e produz. Empresas aqui da cidade são referência em qualidade dos produtos, inovação e tecnologia. Por isso, muitas delas são líderes de mercado.
Conforme o Mapa de Empresas, com dados atualizados pelo governo federal em março, o município tem registradas 60.494 empresas – incluindo Microempreendedores Individuais (MEIs). A força produtiva contempla 152.420 trabalhadores formais, com base também em março, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério da Economia. Como resultado disso, a renda per capita, mensurada em 2018, é de R$ 48.959,40, colocando Caxias no topo desse ranking do Estado. A renda per capita é um índice importante porque serve como medidor do desenvolvimento de um país, Estado ou município.
Esse é o macro cenário de uma cidade que parece não descansar. No entanto, para se projetar um futuro com ainda mais qualidade de vida, melhores condições de emprego e renda, é preciso planejar. Pelo menos essa é a visão do grupo Mobilização por Caxias (MobiCaxias).
— O Mobi tem o propósito de organizar a sociedade, para que tenhamos um plano de cidade e não um plano de governo. Porque precisamos de um plano para a cidade, com continuidade, mas, muitas vezes o que ocorre, na mudança de um governo para outro, é que mudam também as prioridades. E a cidade é que sofre com a mudança — explica Carlos Zignani, presidente do MobiCaxias.
De olho na solução de problemas estruturais para Caxias, a entidade tem elencado projetos com perspectiva de futuro. No entanto, para que não fique apenas no campo das ideias, o Mobi tem se dedicado a viabilizar ações de logística como os acessos aéreo, rodoviário, portuário e ferroviário.
— Estamos intensamente trabalhando nesses temas e bem alinhados com o município e a Câmara de Vereadores. Nesse sentido, acho que temos a vida mais “facilitada”, porque estamos unidos e pensando no mesmo objetivo. Aliás, esse alinhamento se estende também para os demais municípios da região — enaltece Zignani.
Importância do Plano Nacional de Logística
Por exemplo, o Aeroporto Regional da Serra, a ser construído em Vila Oliva, servirá de solução logística para as empresas porque prevê o transporte de cargas, mas também desenvolverá o potencial turístico da região. O custo foi avaliado em R$ 200 milhões, com destinação de verbas do Fundo Nacional de Aviação Civil. No entanto, há ainda a necessidade de se garantir os acessos até ao aeroporto, interligando as cidades da região. Como e com que recursos isso será possível? Uma boa ideia sem a viabilidade será eternamente uma “boa ideia”.
Com foco na solução, o MobiCaxias conseguiu incluir os quatro projetos de futuro para Caxias e região no Plano Nacional de Logística (PNL), com prospecção de investimentos para até 2035. O PNL é projetado a cada 15 anos, justamente com foco no desenvolvimento econômico. Só que o Mobi precisou correr contra o tempo para inscrever os projetos, visto que o prazo para a consulta pública do PNL 2035 se encerrava no dia 16 de maio.
Felizmente, foram incluídos a tempo, desde o último domingo (16), os projetos de Acesso Aéreo (Aeroporto Regional da Serra, em Vila Oliva), Acesso Marítimo ou Hidrovias (Porto do Litoral Norte, na praia de Rondinha), Acesso Rodoviários (duplicações e ampliações de estradas da região) e Acesso Ferroviário (Ativação do Ramal de Vacaria). Leia abaixo o detalhamento de cada um.
— Fizemos o nosso tema de casa e conseguimos disponibilizar para consulta pública os nossos quatro projetos. Depois disso, precisamos monitorar e acompanhá-los junto ao Ministério da Infraestrutura e também validar esses pedidos no Plano Estadual de Logística, porque um conversa com o outro — diz Rogério Rodrigues, diretor-executivo do MobiCaxias.
O diretor defende que a mobilização é fundamental para o futuro econômico da região.
— Com toda essa mobilização, queremos reduzir custos logísticos porque isso afeta diretamente a nossa competitividade. O custo das nossas empresas é maior do que as de outros Estados. Se, no futuro, tivermos a oportunidade de pôr em prática esses equipamentos eficientes, citados aqui, começaremos a reduzir os custos para desenvolver ainda mais a região.
Conheça os projetos
Rogério Rodrigues, diretor-executivo do MobiCaxias, explica o que está previsto em cada um dos quatro projetos que foram inseridos no Plano Nacional de Logística (PNL -2035). O programa pode repassar recursos para concretizar soluções de entraves estruturais de Caxias e região.
Acesso Aéreo
Aeroporto Regional da Serra: “Estamos preocupados, sim, com a construção, mas, nesse interim, também queremos pensar na manutenção do atual aeroporto de Caxias, o Hugo Cantergiani. Não adianta só pensar no de Vila Oliva, também queremos a manutenção do atual e precisamos pensar no que será feito do Cantergiani quando o outro ficar pronto. Outra preocupação prevista no PNL é com as vias de acesso ao aeroporto, porque vai atender cargas e passageiros”.
Acesso Marítimo ou Hidrovias
Porto do Litoral Norte: “Nosso trabalho prevê projeto do que chamamos de Porto no Litoral Norte, na praia de Rondinha. Atualmente, a DTA Engenharia, junto com investidores nacionais e regionais, está desenvolvendo a etapa de projeto completo, que deve ficar pronto até julho. No PNL prevemos ainda um estudo de viabilidade para a utilização da cabotagem nas hidrovias da região. Tanto o governo do Estado quanto o federal têm planos para isso”.
Acessos Rodoviários
Anel Rodoviário: “Inserimos no PNL as nossas demandas que chamamos de Anel Rodoviário: duplicação da RS-122 (de Farroupilha a São Vendelino); ampliação da BR-448 (Rodovia do Parque), até a RS-240 (no município de Portão, Vale dos Sinos); apoio a mobilização pela BR- 285; duplicação da RS-453 e RS-486; e ações futuras com a Rota do Sol. Estamos buscando esse alinhamento do PNL e ações do governo estadual para concessão das rodovias e estudos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)”.
Acesso Ferroviário
Ativação Ramal Rodoviário de Vacaria: “Nosso trabalho, num primeiro momento, é a solicitação de ativação do modal ferroviário de Vacaria para o transporte de cargas. Estamos batendo o pé em Vacaria, porque é próximo de Vila Oliva e de Rondinha, cerca de 120 quilômetros distante de cada”.