O bairro de São Pelegrino revela cenas significativas e simbólicas da história de Caxias do Sul. Dos tropeiros que conduziam cavalos e mulas carregando produtos e utensílios que eram distribuídos aos comerciantes, à chegada do trem, que fomentou a abertura de diversos negócios como vinícolas e moinhos, o acervo é realmente riquíssimo. Apensar disso, a professora e mestre em Arquitetura, Taísa Festugato, revela que a mentalidade do caxiense é a de derrubar antigos espaços para criar novos.
Primeiro, diz ela, porque o custo de manutenção dos prédios antigos é maior e, segundo, porque alguns proprietários não conseguem perceber a viabilidade comercial desses espaços.
– Eu sempre digo que isso tem a vem com nossos antepassados, que largaram a antiga Itália e fizeram tudo novo aqui. Esse senso de história e passado foi apagado por aquela geração. Creio que os mais jovens conseguem perceber que não é preciso colocar tudo abaixo.
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A arquiteta explica que a questão do patrimônio é complexa. Porque, quando um prédio é tombado, diz Taísa, o proprietário precisa manter a edificação no mesmo conceito de quando foi criada.
– Temos de pensar em formas de viabilizar novos usos para essas construções mais antigas. As cidades que têm história, têm mais aquela sensação de pertencimento. Porque, de um modo geral, quando as pessoas viajam, elas adoram ir aos bairros antigos e históricos.
Taísa comenta como as pessoas se sentem quando viajam.
– Todo mundo volta de Puerto Madero, em Buenos Aires, encantado. Mas antes da revitalização, aquilo era um monte de pavilhão velho. Se tivessem ido lá antes, era capaz de muitos terem dito: “coloca tudo isso abaixo”.
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