Somente até agosto deste ano, 6.594 postos de trabalho já haviam sido fechados como reflexo da crise da pandemia em Caxias do Sul, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia. Em setembro, o indicador do acumulado do ano recuou para 5.652. No comércio, um dos setores mais afetados, demissões também ocorreram.
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Até julho deste ano, no saldo entre admissões e desligamentos, 1.546 vagas foram fechadas no segmento em Caxias, número que recuou para 1.171 postos de trabalho encerrados, experimentando alguma reação, no acumulado do ano até setembro, último dado disponível, também segundo o Caged. Agora, com uma retomada gradativa no consumo presencial, a falta de pessoal deverá ser suprida por temporários, com boas chances de efetivação permanente.
Uma pesquisa realizada pela Fecomércio-RS entre 1.092 estabelecimentos do varejo no Rio Grande do Sul aponta que 35,2% deles pretendem contratar trabalhadores temporários para atender o aumento da demanda de fim de ano. O número chega a ser maior do que o apresentado na pesquisa de 2019, quando as intenções de reforço no quadro funcional para este período era de 29,5%.
— Não fosse pelos desligamentos ao longo do ano, certamente este número seria maior. O movimento e o faturamento estavam mais fracos, muitas empresas acabaram demitindo. Diante de uma retomada, com uma sequência de bandeiras laranjas (que indicam risco médio de contágio por coronavírus), os comerciantes estão precisando de mão de obra e as chances desses trabalhadores serem efetivados também são maiores — afirma a presidente do Sindilojas de Caxias do Sul, Idalice Manchini.
— Tem muita gente com bom currículo que foi demitida e que está conseguindo se recolocar agora no mercado, em função da retomada. As vagas temporárias representam uma chance, ainda, para quem tem menos experiência. Esperamos que as empresas nos informem das vagas para que possamos ofertá-las aqui — reforça o coordenador da Fundação Gaúcho do Trabalho e Assistência Social (FGTAS) Sine de Caxias do Sul, Maurício Adamatti. Segundo ele, nenhuma vaga temporária foi ofertada por meio do Sine até o momento.
Ainda conforme pesquisa da Fecomércio- RS, realizada em outubro, a maioria das vagas temporárias para o final de ano devem se concentrar nas seções de vendas/comercial (87%), seguida por caixa/crediário (20,8%), com seleções realizadas no próprio estabelecimento em 85,9% dos casos.
De acordo com a entidade, as novas previsões de contrato incorporadas na Reforma Trabalhista não devem alterar significativamente as modalidades escolhidas, com 96,9% dos entrevistados declarando que pretendem manter o mesmo modelo praticado em anos anteriores.
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