O clima festivo, as altas temperaturas e os fatores conjunturais positivos, como a liberação do saque de parte do FGTS pelo Governo Federal e a possibilidade de parcelamento do IPVA no Estado contribuíram para que o setor supermercadista gaúcho atingisse as expectativas de vendas neste Natal, com um crescimento de 9% em relação ao mesmo período do ano passado. Outro ponto importante foi o Natal em uma quarta-feira, que ofereceu a oportunidade de dias úteis na véspera e antevéspera da data para as compras para as ceias natalinas.
Para o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, esse calendário favorável, que possibilitou aos consumidores visitarem os supermercados no fim de semana, na segunda e na terça-feira para o abastecimento da ceia, foi decisivo para o resultado positivo, que consolida o Natal de 2019 como o melhor nos últimos 10 anos para o setor. De acordo com o presidente da Agas, os gaúchos estiveram atentos aos preços, adequando sua ceia às promoções e possibilidades encontradas nas lojas.
– Houve um crescimento de 5% no número de visitas, mostrando uma intenção de pesquisar muito latente nos consumidores – observa Longo.
Segundo ele, bebidas como refrigerantes e cervejas foram os grandes destaques em vendas, devido às altas temperaturas dos últimos dias, com um incremento médio de 15% nas vendas.
– De cada quatro itens registrados nos caixas na véspera de Natal (24/12), um era uma bebida. Cerca de 90% dos consumidores que passaram pelas lojas adquiriram bebidas nesta terça-feira – sublinha o supermercadista.
Outro dado que chama a atenção é um crescimento de 5% na venda de carvão para churrasco – mostrando que o hábito de comemorar com familiares e amigos não foi minimizado pela alta nos preços da carne bovina das últimas semanas.
– Embora o volume físico de carne bovina tenha registrado pequena queda nas vendas, houve uma clara migração para outros produtos, como frango, pão de alho e salsichão, que registraram excelentes vendas – destaca Longo.
Com relação às aves natalinas, como perus e chesters, o crescimento foi de 8%.
– A diversidade de preços fez a diferença, com opções de aves de R$ 6,90 a R$ 29,90 o quilo – explica Longo.
Os panetones, também tradicionais no período natalino, cresceram acima da média (12%), enquanto brinquedos pequenos e kits de Natal registraram procura crescente na semana que antecedeu a ceia natalina.
– O calendário ajudou o consumidor a se lembrar de mais pessoas que poderiam ser presenteadas. Assim, itens como a caixa de bombom tiveram grande procura nos últimos três dias – afirma o presidente da Agas.
Em Caxias
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios (Sindigêneros) de Caxias do Sul, Eduardo Slomp, disse, na tarde de quarta-feira, que a entidade terá dados fechados sobre o desempenho de vendas deste Natal no final da manhã de hoje. Em uma avaliação preliminar e parcial, com base restrita em uma rede de mercados da cidade, o dirigente comentou que as vendas se assemelham às do Natal do ano passado.
Em novembro, a projeção de vendas do Sindigêneros apontou para uma expectativa de crescimento entre 8,5% e 9%, praticamente igual ao índice confirmado pela Agas. À época, Slomp dizia que “ficaria contente se vender o que vendeu no ano passado”, quando o crescimento em relação a 2017 foi de cerca de 7%.
A comercialização de panetones, por exemplo, teve um aumento de 12% nas vendas em relação ao mesmo período festivo do ano passado.