Quem faz as refeições fora de casa já tem sido avisado das férias de grande parte dos estabelecimentos, principalmente na região central de Caxias do Sul. O Sindicato Empresarial da Gastronomia e Hotelaria Região Uva e Vinho (Segh) não tem um número preciso de bares e restaurantes que fecham. Segundo estimativa, o presidente da entidade, Vicente Perini, acredita que 35% devem fechar nos dias 24, 25 e 31 de dezembro e 1º de janeiro de 2020. No entanto, tem sido comum encontrar-se avisos nos estabelecimentos informando recesso a partir do Natal até a primeira semana de janeiro.
– Não temos um dado preciso de estabelecimentos que fecham, mas com certeza diante dos feriados e férias há uma queda de fluxo, assim muitas casas optam pelo descanso neste período. E outros, acabam fechando por falta de mão de obra, que se acentua nesta época – explica Perini.
Esse é sempre um assunto polêmico, porque, de um lado, por menor que seja o fluxo de pessoas, há quem esteja pela cidade e passa trabalho para encontrar onde fazer as refeições. Sendo assim, diz Perini, é importante que os restaurantes informem com antecedência aos clientes o período de férias.
– Salientamos a importância da comunicação efetiva. E sempre tratamos este assunto nos encontros com associados, sugerindo acordos entre as empresas, criando escalas alternativas.
Quanto à possível perda de clientela, que pode resultar do período em que os estabelecimentos estiverem fechados, Perini pormenoriza:
– Se for devidamente comunicado aos clientes, não acarreta em perdas. Há de se compreender os dilemas do empresário: abrir sem ter um fluxo mínimo que justifique o investimento, abrir sem contar com mão-de-obra, conciliar o negócio com as demandas atuais e a vida privada – justifica Perini.
QUEM NÃO VAI FECHAR
O presidente do Segh cita ainda que diversas casas abrem o ano todo. Um destes exemplos, de restaurantes que não fecham, é o Baitakão. Agni Cayana, 34 anos, gerente do estabelecimento, diz que o Baitakão não concede férias coletivas nessa época do ano, ou em qualquer outra.
– Entendemos que, por termos um restaurante, nós precisamos honrar nossa responsabilidade perante a cidade, e por isso não fechamos. Até porque, os supermercados, por acordos sindicais, fecham dias 25 e 1º, e por acreditarmos que o restaurante seja um estabelecimento que atende à necessidade básica das pessoas, decidimos que não fecharíamos – explica Cayana.
Além desse “compromisso social”, a que se refere Cayana, não conceder férias coletivas e manter-se aberto acaba por ser um dos diferenciais em relação à concorrência. No calendário anual, o Baitakão fecha apenas no dia 31, à noite, funcionando normalmente ao meio-dia.
– Só não ficamos abertos na virada porque entendemos que há vários eventos na cidade que suprem essa demanda. Mas no dia 1º de janeiro já abrimos normalmente.
Há 47 anos no mercado, cuja estreia foi na Festa da Uva de 1972, o Baitakão atende de domingo a domingo, das 11h às 14h30min e das 18h à meia noite. Para dar conta desta demanda, o restaurante tem 40 funcionários, divididos em dois turnos. No cardápio, além de lanches, como hambúrgueres, servem bifes e filés e, ao meio-dia, bufê a quilo.
PANORAMA CAXIENSE
A estimativa do Sindicato Empresarial da Gastronomia e Hotelaria Região Uva e Vinho (Segh) é a de que 35% dos restaurantes e bares devem fechar nos dias 24, 25 e 31 de dezembro e 1º de janeiro.
Avisos da maioria dos restaurantes da área central de Caxias do Sul informa férias coletivas a partir deste Natal até a primeira semana de janeiro de 2020.
O Baitakão é um dos restaurantes que nunca fecha. A exceção será o jantar do dia 31 de dezembro, mas abrirá ao meio-dia. Nos dias 24 e 25 de dezembro, e dia 1º, o atendimento será das 11h às 14h30min, e das 18h à meia-noite. Nos demais dias do ano, abre de domingo a domingo.