Se eletrônicos e eletrodomésticos acabam tendo preferência maior na Black Friday, de acordo com pesquisas, isso não significa que outros segmentos não possam se beneficiar, afinal, da perspectiva do consumidor, não há preconceito para qualquer tipo de desconto.
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Há três anos participando da campanha, a Lojas Ferraro registra aumento progressivo de 10% a 15% a cada ano na Black Week. Com descontos que podem chegar a 60%, a diretora da rede, Kellen Ferraro, afirma que, sobretudo, há uma política da própria gestão que torna o evento atrativo: a ética com o cliente.
— Trabalhamos muito com a ética, o valor que estava na etiqueta é deduzido do desconto que anunciamos. Não aumentamos antes para diminuir depois. Clientes perceberam, reconheceram e hoje aguardam a data para comprar. Se for honesto com o cliente, ele vai retornar e sempre vai esperar aquela data — defende.
Embora tenha aderido de forma experimental em 2016 em reação ao comportamento da concorrência, ela afirma que hoje a data se consolida, de fato, como uma das mais rentáveis e convenientes do calendário.
— Desde o primeiro ano, as vendas vêm aumentando gradativamente. Foi muito satisfatório, principalmente porque conseguimos aliar mercadorias que tínhamos no estoque ou com pouco giro e oferecemos a valor atrativo para os clientes e reforçamos aumento das vendas. É oportunidades de colocar com desconto maior e repassar mercadoria que está parada.
Em razão da organização estratégica para a data, ela garante que o desempenho da Black Friday não afeta as vendas de Natal:
— Vejo Black Friday como oportunidade de compra para a pessoa. E Natal é mais focado para presentes. Acabamos não liquidando produtos da coleção. Por isso, temos outros produtos para as vendas normais do Natal — explica.
Estratégias para vencer concorrência
"Não compre nada até o dia 29", defende a campanha da Hot Music, loja que comericializa produtos musicais, em Caxias. A provocação da expectativa ao consumidor é uma estratégia contra a concorrência. Com adesão à essência do conceito da Black Friday, a Hot Music só praticará preços promocionais na sexta-feira.
— É nossa forma sutil de dizer para não comprar na concorrência que trabalha com Black Week ou "esquenta" Black Friday, sendo que em alguns lugares há produtos em promoção que estão mais caros do que os nossos preços "normais" — informa a gerente financeira, Greice Biegelmeyer.
No terceiro ano em que participa da ação, as expectativas são as melhores:
— Ano passado foi bem legal. No primeiro ano, em 2017, foi mais teste. No ano passado, já foi bem legal, tivemos incremento de cerca de 30% a 40%. Nossa ideia para este ano é crescer entre 10% e 20% — revela.
Em comparação aos meses normais, ela conta que há aumento de 10% em novembro. Também ressalta a importâncias de haver planejamento sobre quais produtos se enquadram no perfil da data. Por isso, comenta, que a Black Friday não interfere diretamente nas vendas de Natal.
— A gente tenta não colocar produtos de Natal (na promoção), Natal é mais presente iniciante que chamamos, como violão, por exemplo. Por isso, normalmente colocamos produto em estoque ou que tem mais buscas nessa época por estarem em promoções em outros locais, como instrumentos de corda.
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