Grandes e tradicionais empresas acabam criando vínculos com a comunidade onde se desenvolveram. Muitas cidades crescem e cresceram, historicamente, devido à presença desses negócios, um dia pequenos, que ali prosperaram.
Tornar-se grande possibilita a uma empresa olhar mais longe. Mas não esquecer da relevância que representa na cidade onde se construiu é importante tem igualmente importância significativa. É com espírito comunitário que há cerca de dois anos a Soprano, por meio de iniciativa de um grupo de funcionários voluntários, atua ativamente na Escola Angelo Venzon Neto, no Distrito Industrial, em Farroupilha, onde a própria empresa surgiu.
— O projeto nasceu dentro de uma demanda de olhar para a comunidade e para o público interno do nosso bairro. Conversamos com associação de moradores, com assistente social, sobre de que forma poderíamos interagir e com os nossos próprios voluntários, e todos chegamos à conclusão de atender a escola — explica a analista de remuneração da Soprano, Dieisa Cirino de Oliveira.
Cerca de 25 trabalhadores da empresa se dispuseram a colaborar como voluntários. No primeiro ano, o grupo ofereceu aulas de reforço para os estudantes entre 11 e 15 anos.
— Nos reunimos com a escola e pedimos quais eram as demandas. Surgiu a ideia de aulas de reforço. Pedimos então para os voluntários quem se habilitava para dar suporte em disciplinas como Matemática, Português. Nossa equipe de TI, por exemplo, ofereceu para dar orientação de informática. Como nenhum deles era necessariamente professor, tratamos como oficinas. Mas o propósito era ajudar os alunos a melhorar na escola — ressalta Dieisa.
Desde então, o grupo explora diferentes atividades e vem colhendo resultados muito positivos. Nesse período, foram realizadas ações como palestras sobre planejamento familiar, campanha antidrogas, e arrecadações de material escolar e rifa para aquisição de uniformes.
— Conseguimos arrecadar R$ 2,3 mil com rifa e, com isso, adquirir 50 camisetas de uniforme. Também arrecadamos mais de 1,8 mil itens de material escolar em campanha interna na empresa. Tudo isso para ser distribuído entre crianças com menos condições financeiras — destaca Dieisa.
Conforme relatório encaminhado pela escola, ao término do primeiro ano de atividades, a instituição chegou a economizar em torno de R$ 12 mil com as atividades promovidas pela equipe de voluntários da Soprano.
Histórico consolidado
Já há oito anos a Soprano consolidou sua participação em projeto social, quando lançou o Programa Recriar, atividade desenvolvida pelo Instituto Adelino Miotti (IAM), que carrega o nome do fundador e é o braço social da empresa. O projeto visa à formação pessoal e profissional de jovens entre 16 e 17 anos em situação de vulnerabilidade social, ajudando especialmente na inserção ao mercado de trabalho.
Desde 2011, 68 jovens já foram formados. Desses, 84% estão inseridos no mercado de trabalho.
— A família de Adelino Miotti quis colocar em prática um sonho do fundador, em apoiar projeto que desenvolvesse a profissionalização de jovens. Já há oito anos o projeto existe. É uma casinha, dentro da própria empresa. Uma casinha justamente para dar a sensação de aconchego, de lar — explica Franciele Karsburg, coordenadora do Recriar.
Em parcerias com diversas empresas, são promovidas capacitações voltadas a princípios de ética e cidadania e aulas práticas de inglês, dicção e oratória, comunicação oral e escrita, informática e educação para saúde. Os encontros ocorrem de segunda a sexta, por um ano. Há ainda a atividade denominada Hora do Estudo, na qual os alunos produzem trabalhos de escola com funcionários da empresa
— Acompanhamos os alunos por cinco anos depois que ele deixam o projeto. Nossos resultados são sempre ótimos. Eles normalmente estão no mercado de trabalho e deixaram a situação de risco— ressalta Franciele.
Para integrar o Programa Recriar, os alunos precisam frequentar o ensino regular à noite e curso técnico profissionalizante no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) pela manhã. Todas as atividades são gratuitas. Os estudantes também recebem bolsa auxílio e têm a Carteira de Trabalho assinada como Menores Aprendizes da Soprano.
"Foi a melhor coisa que fiz na vida"
Sem muita perspectiva de vida, em 2016, aos 16 anos, a então estudante Amanda Lazzari, ingressou no projeto Recriar. Quase quatro anos depois, a escolha é exaltada:
— Participei do Recriar em 2016 e 2017 e aí, em virtude de ter me destacado, em 2018 fui contratada pela Soprano — conta, hoje, aos 20 anos, a analista de vendas da empresa.
Embora reconheça ter sido uma época "puxada" (além da participação no projeto, precisava estudar e cursar o Senai), ela afirma que a experiência moldou, de fato, o seu futuro.
— Agregou tanto para a vida pessoal como para a profissional. Era preciso se dedicar, estar comprometido, mas foi a melhor coisa que fiz na vida, e o resultado disso é que eu estou trabalhando na empresa atualmente, porque aproveitei a oportunidade — afirma.
Sobre a atuação social da empresa, destaca:
— É importante quando empresas desse porte não se importam só com vendas e clientes, e têm apelo mais nobre, mais social. E é o que a Soprano faz. É uma empresa que está bem focada nesse tipo de causa.
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