Como nascem os gigantes? Bem debaixo e com tropeços. Como crescem? Com trabalho, muito trabalho. Esses são os "segredos" de tantas histórias de empreendedorismo da região. Geraldo Alexandrini, Ivo Pagliarini e Paulo Gehlen abriram, nesta quarta-feira (28), a 6ª edição do Encontro de Gigantes compartilhando percalços do início de suas trajetórias. Os empresários falaram dos desafios e das soluções na gestão dos seus negócios e dos seus times e pontuaram avanços necessários na cidade e no país.
Para um público de 125 pessoas, na Casa Perlage, em Farroupilha, Alexandrini contou, com a voz embargada, que vendia flores em feira de Caxias em 1970. Apesar de apaixonado pelo que fazia, precisava de salário fixo e iniciou, como polidor, uma carreira de 20 anos na Soprano. Saiu diretor operacional da metalúrgica e deu início, em 1989, à Bigfer Acessórios para Móveis - no porão de casa, com um investimento entre 8 mil e 10 mil dólares. Com a crença dos visionários, em certo momento, convenceu a família a vender tudo para investir no negócio. Atualmente, o Grupo Bigfer, do qual Alexandrini é diretor-presidente, mantém quatro empresas.
Pagliarini relembrou a trajetória profissional iniciada aos 13 anos, como cobrador de ônibus, e se emocionou ao narrar a perda do emprego quando a esposa estava grávida da primogênita Bruna. Em nove metros quadrados do apartamento onde moravam, nasceu a Pituchinhus Grife para Princesas, em 1993. Estudou o mercado e o público, buscou inspiração nas melhores marcas, desenvolveu técnica para vender o seu produto e em uma semana, com cinco modelos desenvolvidos, tinha a encomenda de 147 peças. Atualmente, a confecção vende para todo o Brasil e países vizinhos. Ano passado, 25 anos depois de começar o primeiro empreendimento, Pagliarini inaugurou o hotel Holiday Inn Express e a Casa Perlage, de eventos, também em Farroupilha.
E foi de um sonho frustrado que Gehlen virou intraempreendedor. Uma lesão enterrou a ideia de virar jogador de futebol e o conduziu à faculdade de Engenharia Mecânica. Com 25 anos de experiência em liderança, estratégia e inovação em diversas organizações, é hoje CEO da Soprano, empresa de 65 anos com sete unidades de negócios. Gehlen lembrou que o empreendedorismo e a inovação estão no DNA da Soprano.
— Criamos um ambiente de trabalho com abertura, capacidade de discussão, crescimento e evolução. Identificamos oportunidades através da equipe e, quando não encontramos a competência de inovação que necessitamos, buscamos fora, por meio de parcerias que encurtam caminhos e aceleram a aprendizagem. A própria cultura da região não permite errar muito — contou Gehlen.
O Encontro de Gigantes é uma realização da Gaúcha Serra e esta edição teve mediação da coordenadora de Jornalismo da rádio, Babiana Mugnol, patrocínio da Casa Perlage e apoio de CDL Farroupilha, Proamb e Casas Pagliarin.
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