A Vinícola Campestre inaugura neste sábado (16) o megaprojeto da nova unidade, em Vacaria, numa das regiões mais frias do país. Há mais de meio século, a família Zanotto é sinônimo de vinho na região dos Campos de Cima da Serra. Influenciados pelos antepassados que fabricavam o próprio vinho na região do Vêneto, noroeste da Itália, as gerações seguintes vieram para o Rio Grande do Sul, onde mantiveram a tradição e iniciaram a história da Vinícola Campestre, líder na venda de vinhos de mesa no Brasil.
— Essa nova planta além de permitir a ampliação da produção de vinho de mesa e de sucos para cerca de 30 milhões de garrafas, também terá como o foco a expansão da comercialização de vinhos finos e espumantes, assim como o desenvolvimento do enoturismo na região. Por isso, a nova unidade contará com modernos espaços para eventos, lojas, restaurante e um museu do vinho — explica o diretor da Vinícola, João Carlos Zanotto.
Investimento no enoturismo
O projeto demorou seis anos para ser concluído e conta com um investimento de mais de 30 milhões, especialmente na aquisição de máquinas importadas da França e da Itália. São 84 hectares com 23 mil metros de área construída.
O atual quadro de 116 colaboradores será ampliado, no futuro, para 135 trabalhadores. Localizado às margens da BR 116, a nova sede conta com uma arquitetura própria que remente ao charme e o requinte dos grandes complexos vinícolas da Europa.
— Aqui os visitantes poderão caminhar entre os vinhedos, conhecer o processo de elaboração dos vinhos e espumantes, aprender sobre degustação e até mesmo colher a uva que vai levar pra casa. Como também desfrutar e apreciar as parreiras e a arquitetura que remetem muito às regiões dos vinhedos na Itália — revela Zanotto.
Cinco anos consecutivos como a vinícola que mais vende vinhos de mesa no Brasil, conforme dados do Departamento de Economia e Pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), a Vinícola Campestre atingiu o número de 25 milhões de garrafas de vinho de mesa, espumantes, suco de uva e maçã comercializadas em 2018.
Mais que ampliar a produção para 170 mil garrafas por dia e consolidar de vez a entrada da vinícola no mercado de vinhos finos, Zanotto revela que um dos seus objetivos é produzir um novo terroir na região de Campos de Cima da Serra.
— O vinho é uma paixão de muitos anos na nossa família e para valorizar essa tradição é que estamos abrindo as portas da nossa vinícola para conhecer e degustar essa novidade.
Novo terroir
A vinícola investiu na produção própria de uvas numa área plantada de 25 hectares.
— A vinícola conta atualmente com 740 produtores que nos fornecem uva de mesa, mas para a produção de vinhos finos percebemos que a produção precisava ser própria. Onde podemos priorizar mais a qualidade que o tamanho da produtividade. Além de ter o melhor ponto de colheita e qualidade para fazer um vinho diferenciado — explica o enólogo da Vinícola Campestre, André Donatti.
A área plantada conta com mais de 10 variedades de uvas, entre elas vitis de qualidade superior, importadas da França e da Itália, para elaboração de vinhos finos de alto padrão, como explica o enólogo André.
— A variedade que mais plantamos foi merlot, pinot noir, e as uvas italianas rebo e sangiovese e as brancas chardonnay e sauvignon blanc. Mas estamos testando também syrah, malbec e tannat. Temos que aproveitar o potencial climático e geográfico dessa região, como estamos a quase mil metros de altitude e contamos com invernos rigorosos e verões quentes, esse é um clima ideal pra produzir bons vinhos, principalmente com uvas sauvignon blanc, merlot e pinot noir.
O enólogo afirma que a região de Campos de Cima da Serra conta com um toque a mais de sutilezas climáticas, permitindo a diversificação de estilos de vinhos como um todo e, por sua bela paisagem natural, tem toda aptidão para se tornar um novo polo do enoturismo no Rio Grande do Sul.
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