O governo federal deverá entabular uma série de conversações ao longo da próxima semana para assegurar que sejam cumpridas as modificações na Reforma Trabalhista acordadas com senadores. A ideia inicial era colocar os pontos a serem revistos em uma Medida Provisória (MP), mas não está descartada a hipótese de incluí-los em um projeto de lei. É o que garantiu o ministro do trabalho, Ronaldo Nogueira, nesta sexta-feira, em Bento Gonçalves, onde palestrou em evento na área de construção civil.
Leia mais:
Corrida para abastecer a R$ 3,09 em posto de Caxias do Sul
Um passeio pela Europa no Circuito Enogastronômico da Boccati
Série sobre desemprego em Caxias abre portas para os entrevistados
- O governo tem a disposição para dialogar para atender aquilo que os senadores pediram, assim como aquilo que a representação de trabalhadores e empregadores estão reivindicando – destacou Nogueira.
A posição do ministro vem logo após o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, dizer que “a Câmara não aceitará nenhuma mudança na lei. Qualquer MP não será reconhecida pela Casa.”
Evitando confrontar a posição de Maia, que integra a base aliada, o ministro diz respeitar a manifestação do deputado.
- O presidente da Câmara tem todo o direito de fazer a declaração que seja conveniente a ele – afirmou Nogueira.
Temer receberá sindicalistas
Nogueira promete que os compromissos assumidos com os senadores durante a votação da proposta “vão ser honrados”. O ministro disse que o governo está disposto a conversar com líderes no Congresso e também com o movimento sindical, um dos críticos mais ferrenhos das mudanças feitas na CLT.
- Sou um dos defensores do movimento sindical. Entendo sua importância, porque é um contrapeso nas relações entre capital e trabalho. Mas não são soluções do século 19 que resolverão problemas do século 21 - apontou.
Na próxima quinta-feira o presidente Michel Temer receberá líderes das centrais sindicais para discutir o texto sancionado. O governo federal já descartou rever a modificação sobre a cobrança do imposto sindical, que passará a ser opcional a partir da implementação da reforma.
Por outro lado, nos trechos acordados para serem modificados, o governo prevê uma salvaguarda para a presença dos sindicatos durante as negociações coletivas.