Reza a lenda que o espumante rosé seja o favorito dos noivos nas festas de casamento porque aparece mais que o branco nas fotos de recordação. Verdade ou mito, é inegável o crescimento no consumo desse vinho nos últimos anos. De acordo com o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), de 2006 a 2016, as vendas de espumantes rosés das vinícolas gaúchas (que representam 90% do total) saltaram de 53 mil para 1,9 milhão de litros por ano. Ou seja, hoje o brasileiro toma cerca de 40 vezes mais rosé do que 10 anos atrás.
Os enólogos afirmam que o surpreendente salto se deve ao aumento da qualidade.
– As vinícolas começaram a trabalhar melhor esse vinho e, de repente, o preconceito do consumidor desapareceu e o produto caiu na graça do brasileiro – avalia Daniel Panizzi, gerente comercial da Vinícola Don Giovanni, em Pinto Bandeira.
Atualmente, o espumante rosé representa 15% do volume de venda e é o quarto produto mais vendido da empresa.Além da cor e do visual atraentes, os rosés têm uma característica que os diferenciam dos brancos: o tanino, que dá aquela sutil sensação de boca amarrada típica das uvas tintas, e que amplia as possibilidades de harmonização.
– São vinhos muito gastronômicos, que combinam com pratos até um pouco mais robustos que os brancos – explica Daniel Geisse, enólogo da Cave Geisse, também de Pinto Bandeira, que comercializa três rótulos e registrou crescimento de 95% nas vendas de 2014 a 2016.
A Serra é a principal região produtora de espumantes no Brasil e seu terroir, combinação de condições climáticas e solo, é ideal para elaborar vinhos frescos e com bastante acidez (propriedade que estimula a salivação), atributos essenciais para um bom espumante, seja branco ou rosé.
– Os rosés costumam ter notas frutadas, sobretudo de framboesa e morango, enquanto os brancos têm toque de frutas brancas como pera, maçã e abacaxi–simplifica Deise Tempass, da Vinícola Peterlongo, em Garibaldi, que produz um espumante varietal 100% Pinot Noir.Chardonnay (uva branca) e Pinot Noir (tinta), que são as uvas mais valorizadas na vinicultura mundial, são também as variedades mais empregadas na Serra para produção de espumantes rosés.
Algumas vinícolas usam também Riesling Itálica (branca), Merlot (tinta), Pinotage (tinta) e Cabernet Franc (tinta) nos blends.
Setor vitivinícola
Espumantes rosé estão em alta na Serra gaúcha
Consumo dessa bebida versátil disparou nos últimos 10 anos
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