O atual presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas de Caxias do Sul (AAPOPECS), Vilson Cescon, 84 anos, se aposentou em 1982 com seis salários mínimos (R$ 5.622). Atualmente, o valor mal chega aos dois (R$ 1.874). Isso porque os reajustes dos aposentados que recebem mais do que o mínimo sempre foram inferiores ao piso. Teve ano, como o de 2006, em que a diferença chegou a 11,66 pontos percentuais.
– Com isso, os valores foram se deteriorando e, hoje, poucos recebem a mais do salário mínimo – reclama.
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Na avaliação de Cescon, a situação ainda vai piorar. Segundo ele, o objetivo do governo é que todos os aposentados ganhem o salário mínimo. Por mais que isso seja injusto.
A AAPOPECS de Caxias, juntamente com as federações estadual e federal, já tentou unir forças para combater as injustiças da Previdência, mas não surtiu efeito. Cescon discorda de que a Previdência Social esteja "quebrada".
– Eles (o governo) retiraram R$ 65 bilhões para repassar à Previdência privada. Desse assunto, poucos sabem – reclama.
Este ano, pela 1ª vez em 20 anos, as aposentadorias de quem ganha mais registraram aumento acima do piso: 6,48% para o mínimo e 6,58% para as demais aposentadorias. O teto da Previdência subiu para R$ 5.531,31. No ano passado, o reajuste dos benefícios do INSS havia sido de 11,28%, enquanto para quem recebe o salário mínimo subiu 11,68%.
A última vez em que o aumento do salário mínimo ficou abaixo do índice de correção concedido para os benefícios previdenciários de quem recebe acima do piso foi em 1997. Naquele ano, o reajuste dos benefícios ficou em 7,76%, enquanto que o salário mínimo subiu 7,14%, segundo a série histórica do Ministério da Previdência, iniciada em 1995 (veja tabela abaixo).
Caxias do Sul conta, atualmente, com cerca de 40 mil aposentados e pensionistas. Desses, cerca de 2 mil estão associados à AAPOPECS. É a associação mais antiga do Brasil, fundada em 1959.
O espaço, localizado no centro da cidade, presta vários serviços. Entre eles, orientações para encaminhar a aposentadoria e convênios com assistências médica, odontológica e jurídica. O local atende a cerca de 50 pessoas por dia.O Dia do Aposentado é celebrado anualmente no dia 24 de janeiro.
A data foi escolhida em homenagem a instituição da primeira lei brasileira destinada à Previdência Social, nessa mesma data do ano de 1923, pelo então presidente Artur Bernardes.
Como manter o plano de saúde
Com a chegada da terceira idade e da aposentadoria, é preciso fazer uma reflexão maior sobre os cuidados com a saúde, especialmente pelo fato da expectativa de vida no país ter subido consideravelmente nos últimos tempos. Segundo pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o brasileiro que nasce em 2015 tem a esperança de viver 75,5 anos.
O número representa um acréscimo de três meses e 14 dias em relação a 2014 (75,2 anos). Em comparação com dados de 1940, o aumento é de 30 anos.Diante dessa realidade, o plano de saúde surge como um serviço ainda mais necessário para garantir a tranquilidade nessa fase da vida.
Quem se aposenta tem direito a manter o plano de saúde oferecido pela empresa, desde que respeitadas algumas regras.
–Vale destacar que, pelo fato de ter um custo menor na comparação com o plano individual, ter a possibilidade de continuar com o plano da empresa é um grande negócio para quem 'pendurou' a carteira de trabalho. É importante se informar – diz Marcelo Alves, diretor da Célebre Corretora, empresa do segmento de planos de saúde e seguros no país.