Lideranças das entidades que representam produtores de uva e da indústria vinícola chegaram a consenso e definiram o preço mínimo em R$ 0,92 centavos ao quilo da variedade Isabel a 15 graus. A proposta foi apresentada nesta terça-feira, em encontro com o coordenador geral da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), João Salomão, e com a analista de mercado da uva da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Flávia Starling Soares.
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Após a definição do preço a ser pago para a variedade de referência, a decisão será encaminhada para a aprovação do Conselho Monetário Nacional. A previsão é de que seja publicado no Diário Oficial até o final de novembro.
O coordenador da Comissão Interestadual da Uva, Denis Debiasi, comemorou o fato do setor ter chegado a um acordo, com aumento real de cerca de 10% (descontado a inflação) em relação à última safra. Debiasi também assinalou o interesse dos órgãos de governo que participaram da discussão para a publicação do preço mínimo antes do início da safra.
– Chegar a um consenso num ano tão difícil para a economia e após uma quebra de safra que chegou a quase 60% mostra o amadurecimento do setor – disse.
Na safra 2015/2016 o preço mínimo foi fixado em R$ 0,78, portanto o aumento geral é de 18%. Representando a indústria, os presidentes da Associação Gaúcha de Vinicultores (Agavi), Evandro Lovatel, do Sindicato da Indústria do Vinho do Estado do Rio Grande do Sul (Sindivinho/RS), Gilberto Pedrucci, e da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), Dirceu Scottá, ressaltaram a preocupação da indústria em remunerar o produtor de uma forma justa e valorizaram o diálogo entre os elos da cadeia produtiva.
Pedrucci explica que a decisão da indústria em conceder o aumento no preço mínimo levou em conta a preocupação para a recomposição das perdas dos viticultores com a quebra de safra.
– Estamos vivendo um ano difícil para a comercialização dos nossos produtos, com redução que chega a mais de 10% em alguns produtos, mas sabemos que não é por culpa do produtor. O acordo deste ano prevê que em 2017 voltamos a nos reunir para analisar o mercado e definirmos um preço mínimo que esteja de acordo com volume da safra e com os estoques.
A reunião que definiu a proposta do setor para a valor mínimo a ser pago pela uva ocorreu em paralelo ao 39º Congresso Mundial da Vinha e do Vinho, que acontece até sexta-feira, em Bento Gonçalves.