A economia caxiense segue com números negativos e o cenário para os próximos meses é incerto. De forma geral, a desaceleração no mês de abril foi de 5,4% em relação ao mês anterior. O diagnóstico dos especialistas é de que, embora não tenha havido crescimento, pelo menos estabilizou a queda, repetindo os indicadores do mês de dezembro do ano passado. Os dados foram apresentados ontem à tarde pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) e pela Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), de Caxias.
Para o diretor de Economia, Finanças e Estatística da CIC Astor Schmitt, o diferencial do período é a nova expectativa que se criou a partir das mudanças políticas no país.
– Continuamos em situação difícil, com nível de atividade baixo e indicadores ainda negativos. No entanto, com as alterações no quadro político, se criou uma nova expectativa, não sei se durável, mas uma condição positiva para que tenhamos um novo cenário – afirma.
A queda na indústria para o período já era esperada, já que o mês teve dois dias úteis a menos devido aos feriados. Os números mais preocupantes são referentes ao desempenho dos setores de comércio e serviços, que, na comparação com o mês de março, apresentaram queda de 9,9% e 5,6%, respectivamente.
Para o comércio, segundo a presidente da CDL, Analice Carrer, a troca da estação é a principal aposta.
– Estamos chegando ao limite e avaliando inclusive se há alguma forma de seguir os passos da indústria e realizar uma flexibilização de horários. Enquanto isso, estamos apostando no clima para alavancar as vendas – afirma.
Outro dado que chama atenção é a redução de 32,6% das horas trabalhadas em abril. No ano, o índice chega a 25,4%.
Comércio lidera queda
Com prejuízos acumulados de 28,8% nos últimos 12 meses, o comércio caxiense registra baixa nas vendas em praticamente todos os segmentos. A exemplo do mês de março, o setor automotivo (que envolve automóveis, caminhões e autopeças ) permanece como o mais prejudicado, com queda de 48,78% em 12 meses. O setor de implementos agrícolas aparece em segundo lugar, com baixa de 26, 51%.
No ramo mole, livrarias, papelarias e brinquedos foram os segmentos que mais puxaram as vendas para baixo em abril, com queda de 20,23%. No acumulado do ano, as perdas chegam a 19%.
Se o cenário foi difícil em abril, a previsão é de que o mês de maio não recupere totalmente as perdas, mesmo com a forte data do ano: o Dia das Mães.
Para o assessor de Economia e Estatística da CDL Caxias Moser Leandro, os números demonstram que os consumidores estão reduzindo as compras devido ao alto índice de desemprego e à incerteza na manutenção de sua renda.