Ainda sem nenhum sinal de retomada, a economia de Caxias está, ao menos, mostrando certa tendência de estabilidade. O desempenho do primeiro trimestre deste ano encerrou com queda de 13,5% na comparação com o mesmo período do ano passado, apontam dados divulgados nesta terça-feira pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias (CIC) e pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). Já o acumulado de 12 meses apresenta 18,8% em prejuízos, índice que vem se mantendo com poucas alterações desde o final de 2015.
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Em resumo, o desempenho parou de cair nos últimos meses, analisam os especialistas das entidades. Resta saber, agora, quando a retomada vai começar a aparecer:
– O que percebemos nos últimos três meses é que as coisas se estabilizaram, ou seja, pararam de piorar. Isso tanto no desempenho geral da economia caxiense como nos níveis de desemprego. A retomada, no entanto, ainda é incerta – destaca Astor Schmidt, diretor de Economia, Finanças e Estatística da CIC.
A indústria lidera os números negativos de 2016, com queda de 16,2% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2015. Foi também o setor que mais demitiu no período – cerca de 1,2 mil postos fechados de janeiro a março.
– Desde 2013, a indústria já fechou 17 mil postos de trabalho na cidade. A notícia boa é que, aparentemente, o corte maior nos empregos já foi realizado – analisa Alexander Messias, diretor da CIC.
O comércio vem logo atrás da indústria, com queda de 15,3% no primeiro trimestre deste ano. Mosár Leandro Ness, assessor de Economia e Estatística da CDL, ressalta que o setor é uma"fotografia da indústria":
– Quando os índices de desemprego estão altos, como é o caso nesse momento, é de se esperar que as vendas não evoluam.
Serviços é o setor com o desempenho "menos pior no ano". No primeiro trimestre, acumulou queda de 7,6% na comparação com o mesmo período de 2015.
Diante de um cenário sem quedas ou crescimento expressivo, a análise geral é de que o final do poço deve mesmo ter chegado, enfim, na economia de Caxias. O restante de 2016 depende ainda das definições políticas do país, mas a tendência é de um "empate":
– Se terminarmos 2016 da mesma forma que 2015 já temos que comemorar. Precisamos desatar esse nó ético e político do país urgentemente para vislumbrarmos uma retomada. Até lá, empresários e comunidade em geral devem focar em sobreviver – conclui Schmidt.