Supermercados de Caxias do Sul registram queda de até 4% nas vendas

O setor de alimentação tenta digerir a crise. Reconhecido pela sua velocidade de adaptação e estabilidade de vendas, o setor supermercadista gaúcho sentiu, no ano passado, os efeitos da instabilidade econômica e registrou sua primeira queda real de vendas nos últimos dez anos.

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Pesquisa realizada pela Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) mostra um recuo real de 1,91%, ocasionada principalmente por diminuição do poder de compra dos consumidores, crescimento do desemprego, maior endividamento dos gaúchos e aumento de preços.

O cenário se agrava em Caxias do Sul. Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Caxias (Sindigêneros), Eduardo Slomp, nos mercados menores a queda chegou a 4%.

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Para o proprietário do supermercado Savi, unidade do bairro Santa Catarina, Vilson Rech, a queda foi ainda maior: 12% nos últimos 15 meses. Considerada de porte médio, a rede Savi emprega 100 pessoas nas duas unidades.

Segundo Rech, essa é a pior crise da história de seu negócio, que está no mercado há 14 anos.

- Mantenho o mercado funcionando porque não sei fazer outra coisa - revela.

Mudança de comportamento

Para se adequar à nova realidade de consumo, Rech retirou de circulação 40 carrinhos, utilizados, na maioria das vezes, para fazer o rancho. E aumentou o número de cestos, com capacidade bem menor.

- Os clientes estão comprando menos. Eles circulam pelas gôndolas, mas escolhem somente o que realmente precisam - ressalta.

Há cerca de um ano e meio, informa, o Super Savi tinha três motoristas e cinco veículos para fazer entregas de ranchos:

- Hoje, temos um. Mesmo assim, sobra tempo para ele (o motorista) ajudar nos serviços internos.

Outro dado registrado por Rech é que o faturamento se manteve em 2015. Não houve crescimento. Isso significa que os preços subiram e o consumo caiu. A pesquisa realizada pela Agas mostra que o segmento faturou R$ 26,2 bilhões em 2015 no Estado.

Em Caxias do Sul, segundo o presidente do Sindigêneros, o faturamento do setor fica normalmente entre R$ 110 e R$ 120 milhões/mês. Nessa média, o faturamento do ano passado ficou em torno de R$ 1,4 bilhão.