Enquanto o Sindicato dos Metalúrgicos ainda luta e participa de audiências de mediação na Justiça para tentar segurar a Robertshaw em Caxias, a empresa já tem sua unidade pronta em Manaus, inclusive com os incentivos fiscais aprovados pelo governo do Amazonas. Uma placa em frente à nova planta (foto) prova isso, e confirma que as 450 demissões na Serra são irreversíveis.
Há cerca de um ano, a fabricante de termostatos prepara terreno para a migração, até porque estão na Região Norte seus principais clientes: indústrias de ar-condicionado e micro-ondas. A Zona Franca de Manaus está muito agressiva ao oferecer abatimento de até 95% em ICMS, além de atrativos como isenção de PIS e Cofins na importação de matéria-prima, mão de obra mais barata, infraestrutura e terreno.
Resultado: são 82 empresas não só do Brasil (mas do mundo) confirmadas para se instalar naquele eixo em 2016. Vários Estados, inclusive o Rio Grande do Sul, estão perdendo companhias, que optam por migrar para lá. São empresas de tecnologia, de embalagem para refrigerante, de lâmpadas LED, de eletroeletrônicos.
Um empresário gaúcho que atua em Manaus acredita que a rentabilidade pode crescer de 35% a 40% em relação à presença em outros Estados. Sua empresa, por exemplo, conseguiu 82% de desconto no ICMS. A Robertshaw teria obtido mais do que isso.
"Aqui não tem empresa pequena. Aqui é um outro país", alega, dizendo que as menores empregam cerca de 200 funcionários. Além dos benefícios, a transferência para Manaus também seria uma estratégia das empresas para fugir do "cerco dos sindicatos". Isso não apenas no Rio Grande do Sul. Indústrias de São Paulo também sofreriam essa pressão. O empresário reconhece, porém, que a mão de obra daqui é mais qualificada. Mas precisamos mais para reter os negócios.
Economia
Caixa-Forte: Robertshaw já tem unidade pronta em Manaus
Transferência de Caxias do Sul vinha sendo costurada há cerca de um ano
Silvana Toazza
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