Antes vieram as compras de Natal e Ano-Novo. Presentes, decoração, ceias. Depois se avolumaram as contas com IPVA antecipado, férias e volta às aulas. Além dessa enxurrada de gastos extras de começo do ano, o trabalhador caxiense está fragilizado.
O metalúrgico, por exemplo, recebe menos, tem descontos na folha de pagamento por conta da flexibilização da jornada, não faz mais horas-extras. Isso para quem tem emprego. Muita gente busca ocupação, enquanto recebe a última parcela do seguro-desemprego.
Fora isso, o custo de vida não para de subir. E muita gente ainda acumula financiamento de casa e carro. Está difícil pagar as contas mensalmente. Por mais que a demanda por produtos e serviços esteja menor, a inflação alcança os dois dígitos no acumulado de 12 meses.
Por que isso? Porque, embora a concorrência acirrada por um público menor pudesse reduzir os preços, nem sempre isso é possível por conta do aumento de custos de matérias-primas, energia elétrica, água, aluguel, impostos, entre outros. Claro, há setores como os de vestuário e calçados que lidam com estações, e têm apostado em campanhas ousadas de descontos.
Estamos vivendo uma inflação gerada mais pelo custo do negócio e menos pela especulação do mercado. O consumidor precisa zelar por seu bolso, pela saúde das finanças, cuidar com os juros exorbitantes do cartão de crédito. Não adianta adquirir sem saber como pagará.
As compras a prazo são uma opção perigosa em tempos de desemprego e futuro incerto. O comércio caxiense tem vendido menos (foi o setor que mais apresentou perdas em 2015, de 29%). Mas do que adiantará vender para engrossar a lista de inadimplentes do SPC e ampliar os pesados prejuízos no varejo?
Finanças
Caixa-Forte: 2016, ano para não se endividar
Com demissões, inflação crescente e juros exorbitantes, consumidor precisa cuidar ainda mais das finanças
Silvana Toazza
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