A possibilidade de redução de até 30% na jornada de trabalho para evitar demissões, anunciada na segunda-feira dentro do Plano de Proteção ao Emprego (PPE), vai ao encontro da flexibilização já adotada pelo setor metalmecânico na Serra. No entanto, o impacto da medida na indústria ainda não foi estimado.
O assunto está na pauta das reuniões semanais da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), nesta terça-feira. Na quarta-feira, o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs) se reúne com 18 empresas para avaliar a adesão ao pacote. Na mesa de debate estarão empresários responsáveis por 80% dos empregos no setor, mas dúvidas ainda pairam sobre a eficácia da medida.
_ A gente já tem uma ferramenta que é a flexibilização. O que não podemos concordar neste momento é em engessar a empresa por seis meses, manter um quadro de pessoal lotado sem vendas. Não adianta ter gente parada se não tem produção _ defende o presidente do Simecs, Getúlio Fonseca.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás), Jaime Lorandi, é a favor do PPE. Para ele, momentos difíceis exigem que todos apertem os cintos - e vem justamente daí sua única crítica ao plano: o funcionalismo público não será afetado. O Sindicato dos Metalúrgicos é contra a medida.
Entenda
O Plano de Proteção ao Emprego permite a redução da jornada de trabalho de até 30% durante a crise. Os salários são reduzidos proporcionalmente e a perda complementada em 50% pelo Governo Federal através do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
Na prática, um trabalhador que recebe R$ 2,5 mil e entra no PPE tem seu salário reduzido para R$ 2.125. Deste valor, R$ 1.750 são pagos pelo empregador e R$ 375 pelo Governo. A medida pode ser adotada por até um ano. O Plano deve custar quase R$ 100 milhões nos próximos 18 meses.