Economia de Caxias apresenta queda de 14,5% no desempenho deste ano

Seguindo a tendência apresentada nos últimos meses, a economia de Caxias também encerrou maio com a maioria dos números no vermelho. Em relação a abril, o desempenho teve leve queda de 1%. Na comparação o mesmo mês do ano passado, porém, a baixa foi de 15,8%. No acumulado do ano a economia da cidade registra queda de 14,5% e, em 12 meses, a retração é 10,5%. Os dados foram apresentados na tarde desta terça-feira e fazem parte do levantamento mensal da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC) e da Câmara de Dirigentes Lojistas de Caxias do Sul (CDL).

Conforme o diretor do Departamento de Economia, Finanças e Estatística da CIC Mauro Corsetti, a economia caxiense está em "um processo recessivo que continua se aprofundando". A indústria é o setor que, no acumulado de 12 meses, apresenta as baixas mais expressivas, com queda de 15,1%. No ano, a baixa é de 20,3%. 

Completamente dependendo da massa salarial (salários) da indústria, o comércio também vem sofrendo. De janeiro a maio, o setor acumula queda de 22,6% e, no acumulado de 12 meses, a baixa é de 14,5%. Na comparação com maio de 2014, o desempenho caiu 31,3% no mês passado.

- Não tivemos um bom 2014 e mesmo assim sempre mostramos queda nos meses deste ano em relação ao ano passado. Com a expectativa de que o número de demissões da indústria deve aumentar, a tendência para o comércio é que os resultados sigam caindo - destaca Maria Carolina Gullo, assessora de Economia e Estatística da CDL.

Serviços é o setor menos impactado em Caxias. No acumulado do ano apresenta alta de 0,4% e, no acumulado de 12 meses, queda de 0,1%. Com esses números, o segmento está praticamente "empatado", mostrando resistência à retração.

Para o segundo semestre, Corsetti aponta que apenas as exportações devem apresentar melhorias, já que o câmbio está positivo e o governo tem investido em incentivos nessa área. Carlos Zignani, também diretor do Departamento de Economia, Finanças e Estatística da CIC, lembra que mesmo se a economia deixar de cair, um resultado positivo neste ano é praticamente impossível:

- Teria que melhorar muito para apenas empatar e não temos nem ao menos previsão de melhoras. O desemprego deve aumentar mais um pouco, já que algumas empresas fizeram ajustes e outras ainda não. Estamos vivendo uma época de marasmo que deve seguir em todo segundo semestre - adianta.