O número de oportunidades temporárias para o final do ano reduzirá em cerca de 30% na cidade, aponta estimativa do Sindicato do Comércio Varejista de Caxias do Sul (Sindilojas). Como a média anual é de 800 postos gerados, as lojas devem empregar, portanto, 240 pessoas a menos entre setembro e dezembro deste ano.
A queda de oportunidades projetada é consequência principalmente dos prejuízos já acumulados _ estimados em mais de 10% desde janeiro. O faturamento para o final do ano, lembra Idalice Manchini, vice-presidente do Sindilojas, não deve chegar a uma redução tão expressiva quanto o número de vagas temporárias.
- Praticamente não tivemos inverno e o período de liquidações contou com descontos maiores dos que o do ano passado, já que temos que abrir espaço para as novas coleções. Tudo isso obriga o lojista a reduzir custos para fazer caixa - explica Idalice.
A solução encontrada, conta a dirigente, muitas vezes é o deslocamento de pessoas de outros setores, como administrativo e cobrança, para as vendas. Na Pole Modas, loja de Idalice, o número de temporários deve cair de seis para dois.
Na Vício Fatal, enquanto 15 temporários foram contratados no ano passado, a gerente de vendas Gislaine da Silva Ferreira projeta cerca de 10 funcionários provisórios para os próximos meses.
- Notamos que as pessoas estão com a renda bem comprometida com dívidas de longo prazo, como a compra de casas e carros, e então deixaram o vestuário um pouco de lado para não se endividarem - analisa Gislaine.
Mesmo com a possível diminuição no quadro de funcionários do comércio para o final do ano, o problema histórico dos lojistas em encontrar mão de obra qualificada ainda preocupa.
Na Real Macro Calçados, quatro oportunidades estão abertas há meses. Para o gerente Leônidas Belo, o problema maior para os candidatos é o horário.
- O salário não chega a ser um problema se comparado com a indústria, já que gira em torno de R$ 1,2 mil mais as comissões. A questão é que ninguém quer trabalhar no final de semana - revela.