Metas impossíveis de cumprir, ameaças constantes quanto à perda do emprego, controle de tempo e de idas ao banheiro. Essas e outras práticas constrangedoras vivenciadas em ambientes de trabalho, que são difíceis de serem comprovadas ou mensuradas e por isso consideradas "invisíveis", prejudicam cada vez mais a saúde dos trabalhadores, já que os fazem entrar em depressão devido às humilhações recorrentes. Nas empresas, os danos também aparecem: queda de produtividade, gastos com empregados em licença-saúde e custos judiciais de processos trabalhistas são alguns dos reflexos corporativos.
Semanalmente, conforme dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) de Caxias, o órgão recebe cerca de cinco denúncias de assédio moral. O problema, destaca Vanius Corte, gerente regional do MTE, é que nem todas reclamações registradas se caracterizam de fato no problema e outras são complicadas de se comprovar.
- Às vezes o assédio é escancarado, como uma denúncia que recebemos uma vez de uma empresa que fazia um mural com o "jumento do mês", ou seja, humilhando o funcionário com menos produtividade no período. Mas no geral, é um problema difícil de se comprovar - destaca.
Corte explica ainda que só se caracteriza por assédio moral uma prática constrangedora recorrente. Uma única agressão verbal, portanto, pode até ser enquadrada como dano moral, mas não assédio.
Pensando justamente em esclarecer o que é e quais são as causas e consequências desse problema, ocorreu na última semana o 1º Seminário da Serra Gaúcha Sobre Assédio Moral no Trabalho, em parceria do MTE com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e mais de 30 entidades entre sindicatos dos trabalhadores e patronais.
Leia mais sobre o assunto no Pioneiro desta terça-feira.
Ameaça invisível
Caxias recebe cerca de cinco denúncias de assédio moral por semana
Prática prejudica também empresas, já que causa queda de produtividade, gastos com empregados em licença-saúde e custos judiciais de processos trabalhistas
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