O número de CPFs cadastrados no SPC em Caxias do Sul chegou a 68.651 em junho, o maior dos últimos anos. No primeiro semestre, esse volume veio em escalada mês a mês. De janeiro a junho, são 2,93% inscrições a mais. A previsão do diretor do SPC na cidade, Luiz Antônio Kuyava, não é otimista: se o crescimento continuar nesse ritmo, até o final do ano poderão ser 70 mil caxienses inadimplentes, um recorde nada positivo. O índice representa cerca de um terço da população economicamente ativa da cidade. Para sair do vermelho, especialistas avaliam que é preciso planejamento e uma boa negociação das dívidas.
Além do momento de retração que atinge indústria e reflete em outros setores, o diretor do SPC acredita que a constituição da cidade ajuda a explicar os índices de inadimplência:
- Não somos uma cidade com poupança acumulada. Tem muita gente que veio de fora para viver aqui e não tem pai, irmãos na cidade que possam ajudar.
Na hora de negociar a dívida com a loja ou instituição, se possível, leve um valor para ser pago na entrada.
- Hoje em dia, sempre dá para negociar. A perda total daquele valor não interessa a ninguém. Se a pessoa tem uma dívida de R$ 2 mil, por exemplo, tente juntar R$ 1 mil para pagar de uma só vez e peça desconto por dar essa quantia - sugere a economista Maria Carolina Gullo.
- Além de ser um sinal de boa fé, a negociação demonstra a capacidade de pagamento. A melhor opção é pagar parcelas com valores maiores e liquidar a dívida o quanto antes - aponta o professor de Administração Daniel Bertuol Ramos.
Nisso, a economista concorda:
- As pessoas olham o valor da parcela, se ele cabe no bolso. Dizem: "ah, é só R$ 50 por mês". Mas se isso for em 36 vezes pode significar o dobro do que seria o valor do bem. De repente, é melhor apertar o orçamento um pouco, dar R$ 70 por mês e liquidar a dívida em menos tempo.
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