As temperaturas negativas e a geada da última semana começam a causar reflexos no bolso dos consumidores. A maioria dos produtores de hortaliças de Caxias do Sul e região registrou perdas. Com a oferta menor, a tendência é que os preços subam nas próximas semanas. Na Ceasa Serra, alguns produtos já mostram diferença de até 66% da última semana para ontem.
Na Feira do Agricultor, a maioria dos produtores preferiu não repassar os prejuízos aos clientes. Os preços se mantinham estáveis ontem no Largo da Estação Férrea, no bairro São Pelegrino. Mas, nas próximas semanas, podem faltar alguns produtos ou haver reajustes. Na propriedade da família Vergani, em São Valentim da 6ª Légua, foram quatro dias consecutivos de geada.
- De beterraba, a perda foi de 50%. De alface, a perda foi quase total. Deu para salvar alguns pés que estavam embaixo de árvores. O espinafre queimou todo. Só a sálvia e salsa sobreviveu - conta o produtor Daniel Vergani, 34.
Os relatos se repetem em outras barraquinhas da feira. O produtor Mario Seefild, 49, da Linha Sebastopol, conta que sobrou menos de 5% das alfaces americanas. Para Valdecir Witt, 39, da Linha Barros Pimentel, em Vila Cristina, a alface registrou danos em 40% da produção, mas as vagens e a beringela tiveram perda total.
Na Ceasa Serra, os cinco produtos que mais sentiram o efeito da geada foram a alface, o brocólis, a couve-flor, o rabanete e o morango. Os produtos registraram percentuais de alta entre 25% e 66%, conforme a média de preços divulgada ontem. Mas a expectativa é que algumas culturas ainda possam sofrer novos reajustes.
- A alface, por exemplo, a tendência é que aumente mais, que até passe de R$ 1 - visa o coordenador de mercado da Ceasa, Gilnei Bogio.
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