A Associação de Produtores dos Vinhos dos Altos Montes (Apromontes), que engloba Flores da Cunha e parte de Nova Pádua, entregou na última terça-feira um dossiê ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), em Porto Alegre. A documentação é necessária para a conquista da Indicação de Procedência (IP) para seus vinhos finos e espumantes. Além da rota vinícola Altos Montes, Farroupilha e Monte Belo do Sul também pleiteiam a indicação, mas ainda estão reunindo dados para entregar o pedido ao Inpi. No Brasil, já detém indicação de procedência os vinhos finos e espumantes do Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, desde 2002 (e que pleiteia a Denominação de Origem), e de Pinto Bandeira, desde 2010.
- O reconhecimento de uma IP é a possibilidade de os produtores de uma região se diferenciaram no mercado, com produtos de qualidade, com características distintas em função justamente de sua origem - explica Jorge Tonietto, pesquisador da Embrapa Uva e Vinho e coordenador-geral do projeto de desenvolvimento de Indicações Geográficas (IGs) de vinhos finos e espumantes da Serra Gaúcha.
A parceria com a Embrapa em torno da criação da IP solicitada pela Apromontes começou em 2006. Nos últimos três anos, trabalhou-se na delimitação da área geográfica, no levantamento dos aspectos históricos de desenvolvimento da região vitivinícola, na caracterização da identidade das uvas e vinhos finos locais, na definição do regulamento de uso e no estabelecimento do sistema de controle, entre outros aspectos.
- Paralelamente, foram desenvolvidas diversas ações de qualificação dos viticultores e vinícolas e investimentos em tecnologia, com foco na qualificação da produção e internalização das normativas da Indicação - acrescenta Tonietto.
O processo todo, coordenado pela Embrapa Uva e Vinho, envolve as universidades de Caxias do Sul (UCS) e Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Embrapa Clima Temperado, de Pelotas, RS. A Apromontes, fundada em 2002, é constituída por 11 vinícolas, 10 de Flores da Cunha e uma de Nova Pádua.
A concessão da IP para a associação agora só depende do Inpi. No caso das outras indicações de vinhos finos e espumantes, o processo demandou entre um ano e um ano e meio, desde o protocolo do pedido até o reconhecimento.
Vitivinicultura
Associação de Produtores de Vinhos de Flores da Cunha e Nova Pádua mais perto da Indicação de Procedência
Apromontes entregou documentação ao Inpi na terça-feira
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