Não se confirmou o suposto recuo da Argentina em restringir a entrada de alimentos industrializados no país, inclusive brasileiros. A expectativa dos empresários é de que a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Buenos Aires, hoje, convença o governo local a remover os entraves, mas se isso não ocorrer já existem outras alternativas em curso.
Uma das indústrias gaúchas mais prejudicadas, a Oderich, de São Sebastião do Caí, segue enfrentando dificuldades para fazer entregas de produtos já contratados. Das mais de 300 mil caixas de latas de milho em conservas paradas, foram liberadas entre 6 mil e 9 mil, ainda assim apenas para entrar em território argentino, sob a condição de que o cliente as mantenha como "fiel depositário", quer dizer, não pode distribuir os produtos.
- Ocorreram três liberações, mas nenhum outro importador se dispôs a carregar novos lotes porque ainda estão temendo consequências da postura terrorista adotada - relata Marcos Oderich, diretor comercial da Oderich.
Dos clientes argentinos, Oderich vem ouvindo que o secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, estaria voltando a condicionar a importação a exportações de igual volume.
Como muitos dos contratos são com varejistas, é uma condição quase impossível de cumprir.
- Amanhã (hoje) deverá haver uma pressão mais forte por parte da chancelaria, com a visita do presidente - espera Oderich, que não descarta ir até Buenos Aires para demonstrar que também importa produtos argentinos, como ervilhas, ameixas e azeitonas.
Economia
Em meio a série de entraves a produtos brasileiros, Lula vai à Argentina
Recuo da Argentina em restringir a entrada de alimentos industrializados no país não se confirmou
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