O ministro das Relação Exteriores, Celso Amorim, disse nesta segunda-feira que espera uma proposta "mais concreta" dos Estados Unidos, que tentam rever a retaliação do Brasil contra uma lista de produtos americanos e prorrogar o início das sanções.
Após palestra na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Amorim não quis dar detalhes das negociações com uma comitiva que está em Brasília, mas contou que há possibilidade "de novidades".
- Esperaria uma coisa mais concreta do que um adiamento de prazo - disse.
As sanções comerciais definidas pelo Brasil devem ser aplicadas a partir de quarta-feira, conforme determina decreto presidencial. A medida foi autorizada pela Organização Mundial do Comércio (OMC), que condenou os subsídios norte-americanos à produção de algodão.
O início das sanções, no entanto, não implica o fim das negociações, explica o ministro.
- Quarta-feira não é um prazo fixado por nós; é parte do decreto que entra em vigor. Nada impede que continuemos a negociar depois que se inicie a retaliação.
O Brasil deve responder hoje ao governo dos Estados Unidos o pedido de adiamento por dois meses da entrada em vigor da retaliação na área de bens, marcada inicialmente para quarta-feira.
Na última quinta-feira, durante reunião das duas delegações, em Brasília, os Estados Unidos solicitaram verbalmente o adiamento e ficaram de encaminhar hoje ao Brasil uma solicitação por escrito. Caso se confirme, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) deve discutir se acata ou não o pedido de prorrogação.
O governo brasileiro tem reiterado que a não aplicação do direito de retaliação só ocorrerá diante de uma proposta concreta dos Estados Unidos para retirar os subsídios concedidos à produção e exportação de algodão.
Os negociadores brasileiros consideram que não tiveram uma proposta concreta, na reunião da última quinta-feira. Mas há uma expectativa de que essa proposta possa chegar hoje, por escrito, junto com o pedido de adiamento da aplicação da retaliação.
Economia
Negociação com EUA pode continuar depois de início da retaliação, diz Amorim
Estados Unidos solicitaram adiamento da aplicação das sanções
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